CARTA DE ANIVERSÁRIO PARA ALINE – POR YAN REAL

(Aline e Yan)

Tudo começou há exatamente 2 anos e 1 mês, quando você era apenas alguém em uma fatídica calourada, uma troca de olhares, um beijo rápido, mas inesquecível. Tudo marcou, o cheiro, o toque, horas se passaram em minutos. Bastou virar o dia para que eu saísse procurando nos mais diferenciados perfis de pessoas da Arquitetura da Unifor quem era essa Aline. 

O tempo passou, em meio a trocas de mensagens e encontros frequentes, você se tornou especial e importante. Neste momento, enfrentamos altos e baixos, houve erros e dificuldades, mas, em meio a tudo aquilo, sabíamos que havia algo crescendo ali. 

Hoje, você é essencial, não consigo mais imaginar esse apartamento sem as suas risadas, o seu jeito fácil e carinhoso. O seu talento encontra-se em todos os cantos, nas paredes, mesas e até em minha pele. E eu só tenho a agradecer por ter te encontrado. Minha vida pôde ser totalmente ressignificada e eu vi um caminho a percorrer contigo ao meu lado sempre. 

Hoje, é o seu dia e eu até poderia usar o clichê de que quem ganhou o presente fui eu, mas a verdade é que esse presente eu não ganhei hoje, ganhei há 2 anos e 1 mês, quando tive o privilégio de te conhecer. Muito obrigado por tanto, e feliz aniversário meu Amor! Tudo de melhor para nós!

Te amo!

Fortaleza, Ceará, 26 de junho de 2021

GRECIANNY CARVALHO CORDEIRO – DUAS PERSPECTIVAS LITERÁRIAS

(Grecianny Carvalho Cordeiro)

ROSABELA E CARIMBAMBA

            Todas as noites, o uivante vento que soprava da lagoa trazia o lamurioso canto da Carimbamba, a ave que parecia uma coruja, cujo codinome era Bacurau:

            – “Amanhã eu vou, amanhã eu vou…”

            Rosabela era uma linda e resplandecente jovem, e por ser extremamente romântica, se sentia encantada com o canto triste daquele belo pássaro que, desde então, a embalava para dormir, fazendo com que sonhasse lindos e ternos sonhos.

            Quando acordava, Rosabela amanhecia disposta e feliz. Com certeza, eram os efeitos daquele canto que soava insistente em sua cabeça: “Amanhã eu vou, amanhã eu vou….”

            E não eram raros os momentos em que, no decorrer do dia, Rosabela se surpreendia ao se ouvir cantarolando: “Amanhã eu vou, amanhã eu vou….”

            – Minha filha, estou achando você muito dispersa. Está acontecendo alguma coisa? – indagou sua mãe.

            O rosto de Rosabela corou. Ela não sabia o que dizer à mãe. Como poderia explicar que estava encantada por um triste canto de um pássaro?

            – Estou bem, mãe.

            – Está apaixonada? – palpitou a mãe, desconfiada.

            – Claro que não, mamãe. De onde tirou essa ideia?

            E assim Rosabela desconversou.

            O tempo foi passando e não havia uma noite sequer em que Rosabela aguardasse ansiosamente o canto da Carimbamba: “Amanhã eu vou, amanhã eu vou….”

            “Para onde vou, não sei. Mas sei que vou”. Disse para si mesma, em resposta ao canto, acreditando que seria ouvida pela ave.

            Certa feita, sem mais poder conter a paixão que invadia seu coração e fazia arder seu peito, Rosabela esperou que todos em casa se deitassem. Então, tomada de entorpecimento, como se estivesse sob o impacto de algum feitiço, saiu de casa sorrateira e foi de encontro ao canto da Carimbamba.

            A noite estava fria e soprava um forte vento. Ao chegar da lagoa do Opaia, sob a luminosidade de uma majestosa Lua cheia, Rosabela simplesmente entrou na água e se rendeu por completo ao triste canto da Carimbamba, a ele se entregando, de corpo e alma.

            – “Amanhã eu vou, amanhã eu vou….”

            O canto triste da Carimbamba ficaria perdido no tempo e, assim, no mais puro esquecimento Rosabela ficou.

Versão da lenda da Lagoa do Opaia, situada em Fortaleza, que serviu de inspiração para a música de Luiz Gonzaga: “Amanhã eu vou”.

RAGNARÖK

            Aquele inverno era o mais rigoroso de todos os que podia se lembrar.

            Naquele ano, as estações do ano não se sucederam. Não houve verão, primavera, outono… Apenas o inverno. Um longo e frio inverno.

            O Sol fora impedido de brilhar. As estrelas e a Lua, também. Só havia ventania, névoa, chuva, neve, tempestades. O mundo se transformara em um lugar extremamente difícil para se viver. Talvez até, impossível. E, em tempos assim, a terra não fornecia alimentos para que os homens pudessem sobreviver. A fome se instalou e, com fome, os seres humanos se bestializavam e eram capazes de tudo.

            – Será esse o fim? – perguntou um jovem rapaz ao avô.

            – Esse é apenas o começo do fim.

            O jovem estremeceu, não sabia ao certo se de frio ou de temor. Sempre ansiara por lutar sua primeira batalha e sabia que estava prestes a fazê-lo, mas, definitivamente, não pretendia travar justo a batalha final. Preferiria ter enfrentado diversos exércitos inimigos e seguir com honra para o Valhala a ter de experimentar a fúria dos deuses.

            – O que virá agora? – quis saber.

            – O grande lobo Fenrir se libertará de sua prisão e devorará tudo o que encontrar à sua frente, do céu à terra. A serpente de Midgard, Jörmungund, verterá seu veneno pelos mares, até que nenhum animal ou planta marinha permaneçam vivos. Surt, o gigante do fogo, liderará os cavaleiros de Muspell e descerá dos céus, espalhando o terror aos mortais com sua espada implacável. Loki conduzirá todos eles, incluindo os gigantes do gelo e as legiões de Hel – os mortos que não tiveram uma morte gloriosa. Heimdall, o guardião dos deuses, convocará os deuses adormecidos, para que peguem suas armas contra Loki.

            O jovem tocou na espada que trazia na cintura, como para se certificar de que estaria pronto para enfrentar inimigos tão poderosos.

            – Não se preocupe, meu neto. Você não chegará a empunhar sua espada.

            – Como assim?

            – Essa batalha será entre os deuses. Você terá um papel muito mais importante. Quando chegar o momento certo, vá e procure abrigo sob a Yggdrasill, a bela Árvore do Mundo.

            – Como saberei que o momento chegou?

            – Você saberá – assegurou-lhe.

            O jovem não compreendeu ao certo as palavras do avô, que se mostrou cansado demais para continuar a conversa.

            O mundo se tornara tão catastrófico que, ao que parecia, nenhum ser humano estava destinado a sobreviver. Assustado, ele viu morrer a sua família, os vizinhos e conhecidos, além disso, nenhum animal escapou. Ninguém sobrevivera, exceto ele próprio e sua amiga de toda a vida, desde a infância.

            O Ragnarök finalmente começara e, no sombrio campo de batalha, Loki e seu exército lutava vorazmente contra as forças comandadas por Odin, tendo Thor ao seu lado. Um pouco atrás, os Aesir e os Einherjar – os guerreiros que morreram de forma honrada e foram conduzidos pelas Valquírias ao Valhala.

            Ele recordou as palavras ditas pelo avô e falou à jovem amiga:

            – Precisamos chegar até a Yggdrasill.

            ­– Mas como faremos isso, enquanto os deuses se digladiam ferozmente lá fora? Nós seremos vistos e não seremos poupados.

            – Confie em mim.

            Ele pegou-a pela mão e, constatando que estavam seguros, deixaram a cabana e seguiram em direção ao lugar onde ficava a Árvore do Mundo, em Midgard.

            Foi um longo trajeto, em que tiveram de se esconder dos inúmeros e ferozes guerreiros que travavam a batalha final. Afora isso, tiveram de suportar um frio descomunal e a fome. Após intermináveis dias, o jovem casal finalmente conseguiu alcançar a gigantesca Yggdrasill e se escondeu no interior de seu tronco, onde encontraram água para sua sede, alimento para sua fome e abrigo para o frio.

            Após o Ragnarök, cujo tempo de duração foi impossível de mensurar, nada mais restou, nem dos deuses, nem dos monstros, nem dos guerreiros. Era tudo ruínas e destruição sob um céu escuro e sombrio.

            Mas não há luz que não vença a escuridão.

            Passado algum tempo, o Sol apareceu por entre nuvens e começou a brilhar. A terra floresceu e os campos ficaram verdejantes. Os rios e mares voltaram a correr livremente. As estrelas readquiriram seu brilho no firmamento. A Lua tornou a iluminar a noite.

            Sentindo-se seguros, longe do perigo, o jovem casal saiu do interior da Yggdrasill e contemplou maravilhado o ressurgimento do mundo bem diante de seus olhos. Eles sorriram um para o outro e, de mãos dadas, correram pelos campos. Quando exaustos, se deitaram ao Sol, deixando os raios solares aquecerem seus corpos, revitalizando-os, enchendo-os de alegria e de esperança, após um longo e tenebroso inverno.

            – A partir de agora, seu nome será Vida – disse ele, fitando-a nos olhos.

            – E o seu será Desejo de Viver – disse ela.


GRECIANNY CARVALHO CORDEIRO é Promotora de Justiça, Escritora e Jornalista. Possui dois mestrados em Direito Público pela Universidade Federal do Ceará e pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR.

Articulista do Jornal O Estado. Membro da Academia Cearense de Letras, da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (ex-presidente), da Academia Fortalezense de Letras e da REBRA – Rede de Escritoras Brasileiras. Membro correspondente da União Brasileira de Escritores – Rio de Janeiro.

Sócia Benemérita da Academia Camaragibense de Letras – Pernambuco.

Sócia Efetiva da Associação de Jornalistas Escritoras do Brasil – AJEB-Ceará e da SAL – Sociedade Amigas do Livro.

Eleita para o Instituto do Ceará. Participou de várias Antologias publicadas nos Salões do Livro de Paris, Turim, Genebra, Guadalajara e Lisboa. Livros: jurídicos: PENAS ALTERNATIVAS – UMA ABORDAGEM, PRIVATIZAÇÃO DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO.

Romances e poemas: ANJO CAÍDO, TRÓIA – UMA VIAGEM NO TEMPO, MARCAS DA INOCÊNCIA, POEMAS A QUATRO MÃOS – vol. 1, 2, 3 e 4, em coautoria com poeta carioca Luiz Gondim.

DE COVARDES E DE HERÓIS, TODOS TEMOS UM POUCO, TROIA – UMA VIAGEM PARA O FUTURO; OPERAÇÃO PROMETEU – NOS BASTIDORES DO TRÁFICO DE ÓRGÃOS.

SIARA, UMA LENDA DE AMOR.

CYBERBULLYING  – A DOR QUE DÓI EM MIM; CONTOS ESCOLHIDOS, em parceria com Angélica Sampaio.

“MÃOS” – TOTONHO LAPROVITERA

MÃOS

Totonho Laprovitera

Certa vez eu li que “as mãos curam, abençoam, evocam, louvam, defendem, se comunicam e molestam”.

Na ideia bíblica e cristã, a mão é sinal de força e de elevação. Talvez por isso, a “A Mão de Deus” seja a obra mais expressiva de Michelangelo Buonarotti (1508-1512). No teto da Capela Sistina, em afresco, duas mãos na mesma direção, quase tocando uma a outra, no instante em que Deus confia a vida para Adão.

Pois bem. Antigamente, quando um artista se apresentava a alguém, sobretudo aos mestres e mecenas, era solicitado a mostrar as mãos. O gesto permitia a leitura do que elas seriam capazes de realizar e até do processo artístico que levava à criação de sua obra.

Assim, creio que a arte esculpe sentimentos pelas mãos do artista, pois o que nasce das mãos vem do coração.

Nas linhas das mãos, os traços da arte desenham o sentido da minha vida.

(Fotos: Elusa Laprovitera)

Totonho Laprovitera (Francisco Antonio Laprovitera Teixeira – 1957) fez-se notar nas artes visuais desde 1974, quando participou de sua primeira exposição na Casa de Cultura Raimundo Cela, em Fortaleza -Ceará – Brasil.

No início de sua trajetória, tomou parte de prestigiadas exposições coletivas. Ilustrou importantes publicações literárias na imprensa nordestina. Em 1977, como aluno do Curso de Arquitetura e Urbanismo, foi bolsista por quatro anos da Bolsa/Trabalho/Arte da Funarte/UFC.

No circuito artístico universitário, recebeu seu primeiro prêmio em salão e realizou sua primeira exposição individual.

Após 1982, desenvolveu-se na técnica da pintura e, desde então, realiza exposições individualmente ou em parcerias pelo Brasil. Em 2001, fez, a convite da Embaixada do Brasil na França, a exposição individual Laprovitera à Paris, no Espaço Cultural Jorge Amado, na sede da embaixada brasileira em Paris. Em 2005, conquistou o primeiro prêmio da XIII Unifor Plástica 2005, na Universidade de Fortaleza, na categoria gravura. Em 2006, foi homenageado pelo Centro Cultural Oboé, como um dos artistas que mais se destacou nas Artes Plásticas do Ceará.

Em 2005, realizou a exposição individual Laprovitera em Lisboa, na Casa da América Latina e representou o Ceará na coletiva Artistas Brasileiros 2006, no Salão Negro do Senado Federal, em Brasília.

Desde 2012, ocupa a cadeira de número 16, da Academia Cearense de Artes – ACA.

Cearense de Fortaleza, Laprovitera é artista múltiplo, arquiteto e urbanista.

Principais Exposições Individuais

  1. Totonho Laprovitera Expõe, Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-CE, 1980;
  2. A Cidade como Extensão do Corpo, espaço público da Avenida Beira Mar, Fortaleza-CE, 1982;
  3. O Inconsciente Revisitado, Salão de Atos da Universidade Estadual do Vale do Acaraú, Sobral-CE, 1993;
  4. Arte! Arte em Minhas Teias… Arde em Minhas Veias…, Portobello Shop, Fortaleza-CE, 2000;
  5. Laprovitera à Paris, Ambassade du Brésil, Espace Culturel Jorge Amado, Paris, França, 2001;
  6. Laprovitera em Lisboa, Casa da América Latina, Lisboa, Portugal, 2006;
  7. Musas, Ideal Clube, Fortaleza-CE, 2006;
  8. Laprovitera em Guaramiranga, Villa Lautrec Restaurant, Guaramiranga-CE, 2007;
  9. Cangaço, Universidade de Fortaleza, Fortaleza-CE, 2007;
  10. Amigos, Teatro Gustavo Leite, Centro Cultural e de Exposições de Maceió, Maceió-AL, 2007;
  11. Vitae, sede do Tribunal Regional do Trabalho do Ceará e Fórum Autran Nunes, Fortaleza-CE, 2010;
  12. Gestual, Ideal Clube, Fortaleza-CE, 2012;
  13. Femínea, Galeria Ouvidor, Fortaleza-CE, 2015;
  14. Eu Somos Nós, Centro Cultural Ana Amélia, Hotel Sonata de Iracema, Fortaleza-CE, 2019.

Principais Exposições Coletivas

  1. Coletiva de Artistas Cearenses, Casa de Cultura Raimundo Cela, Fortaleza-CE, 1974;
  2. Unifor Plástica 74, Universidade de Fortaleza, Fortaleza-CE, 1974;
  3. Massafeira Livre, Theatro José de Alencar, Fortaleza-CE, 1979;
  4. Salão Universitário Cearense de Artes Plásticas, Museu de Arte da UFC – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-CE (2o. Prêmio), 1981;
  5. Salão De Abril – 50 Anos, Museu de Arte da UFC, Fortaleza-CE, 1992;
  6. Arquitetos – Artistas Plásticos – XIV Congresso Brasileiro de Arquitetos, IBEU-CE Art Gallery, Fortaleza-CE, 1994;
  7. 4 Artistas Cearenses – Raimundo Fagner, Ricardo Bezerra, Wiron Batista e Laprovitera, Fundação Cultural Capitania das Artes, Natal-RN, 1995;
  8. 3 Amigos – Raimundo Fagner, Laprovitera e Wiron Batista, Caesar Park Hotel, Museu do Ceará e Galeria Ramos Cotoco, Fortaleza-CE, 1995;
  9. Aldemir Martins Convida Raimundo Fagner e Laprovitera, Caesar Park Hotel, Fortaleza-CE, 1997;
  10. Raimundo Fagner, Siron Franco, Aldemir Martins e Laprovitera, Espaço Cultural da Câmara dos Deputados, Brasília-DF, 1997;
  11. Ceará à Mão Livre, Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Fortaleza-CE, 1997;
  12. Inauguração da Casa da Cultura de Sobral, Canto de Tela – Belchior, Laprovitera, Raimundo Fagner – Homenageiam Raimundo Cela, Sobral-CE, 1998;
  13. Navegarte (idealização e participação), regata com pinturas nas velas das jangadas, Praia de Aquiraz-CE, 2001;
  14. Minha Amante, Fortaleza – Raimundo Fagner, Sócrates Brasileiro, Tereza Ranier, Totonho Laprovitera e Tullio Santini Júnior, Edifício Fortaleza, Ribeirão Preto-SP, 2004;
  15. XIII Unifor Plástica 2005, Universidade de Fortaleza, Fortaleza-CE (1o Prêmio na Categoria Gravura), 2005;
  16. Exposição Destaques 2005, Centro Cultural Oboé, Fortaleza-CE, 2006;
  17. Artistas Brasileiros 2006, Salão Negro do Senado Federal, Brasília-DF, 2006;
  18. Intercomunicar-se, Galeria Vicente Leite, Fortaleza-CE, 2007;
  19. XIV Unifor Plástica 2007, Fortaleza-CE, 2007;
  20. Amigos em Ação 2008, Gran Marquise Hotel, Fortaleza-CE, 2008;
  21. Amigos em Ação 2009, Gran Marquise Hotel, Fortaleza-CE, 2009;
  22. Copa com Arte, Galeria Vicente Leite, Fortaleza-CE, 2010;
  23. Ceará em Cor – Exposição de Artes Plásticas, espaço cultural da Casa Cor Ceará 2010, Fortaleza-CE, 2010;
  24. Amigos em Ação 2010, Galeria Casa D’Arte, Fortaleza-CE, 2010;
  25. Amigos em Ação 2010, Gran Marquise Hotel, Fortaleza-CE, 2011;
  26. Coletiva inaugural da Artequattro, Galeria Ouvidor, Fortaleza-CE, 2015;
  27. Coletiva inaugural da Galeria INK, Shopping Rio Mar, Fortaleza-CE, 2015;
  28. Percursos, Galeria Vicente Leite, Fortaleza-CE, 2016;
  29. VIII Exposição Coletiva de Obras de Artes Amigos em Ação, Galeria de Artes Palácio da Abolição, Fortaleza-CE, 2016;
  30. IX Exposição Coletiva de Obras de Artes Amigos em Ação, CDL de Fortaleza – Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza, , Fortaleza-CE, 2017;
  31. Diversidades, Galeria Vicente Leite, Fortaleza-CE, 2018;
  32. Grandes Coleções – Projeto Felicidade, Salão Marc Chagall, Associação Brasileira a Hebraica de São Paulo, São Paulo-SP, 2019;
  33. Interseção – Arte, Arquitetura, UFC, Museu de Arte da UFC, Fortaleza-CE, 2020.

Principais Inclusões em Acervos

  1. Aeroporto Internacional Pinto Martins, Fortaleza-CE;
  2. Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, Fortaleza-CE;
  3. BP – British Petroleum, Rio de Janeiro-RJ;
  4. Câmara dos Deputados, Brasília-DF;
  5. Casa da América Latina, Lisboa-Portugal;
  6. Casa da Cultura de Sobral, Sobral-CE;
  7. Coleção Arthur Vicintin, São Paulo-SP;
  8. Coleção Jones Bergamin, São Paulo-SP;
  9. Coleção Lilibeth Monteiro de Carvalho;
  10. Coleção Otávio Queiroz, Fortaleza-CE;
  11. Coleção Silvio Frota, Fortaleza-CE;
  12. FIEC – Federação das Indústrias do Estado do Ceará, Fortaleza-CE;
  13. Framtids Jordem, Estocolmo-Suécia;
  14. Fundação Edson Queiroz, Fortaleza-CE;
  15. MAUC – Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-CE;
  16. Prefeitura Municipal de Sobral, Sobral-CE;
  17. Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará, Fortaleza-CE;
  18. Tribunal de Contas do Estado do Ceará, Fortaleza-CE;
  19. Universidade de Fortaleza, Fortaleza-CE;
  20. Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-CE.

Principais participações em publicações literárias

  1. Ilustra o livro Carne de Pescoço de Zé Ramalho, Rio de Janeiro-RJ, 1982;
  2. Cria a capa do livro Amálgama, de Aila Sampaio, Fortaleza-CE, 1991;
  3. Publica, cria capa e ilustra seu livro Valder Césio – histórias de um boêmio, Fortaleza-CE, 1995;
  4. Cria a capa do livro Vitral com Pássaros de Luciano Maia, Fortaleza-CE, 2002;
  5. Cria a capa do livro Conto Maior, Melhor, de João Germano Ponte, Recife-PE, 2007;
  6. Cria a capa do livro Os Fantásticos Mistérios de Lygia, de Aíla Sampaio, Fortaleza-CE, 2009;
  7. Cria a capa do livro Distorções do Poder, de Djalma Pinto, Rio de Janeiro-RJ, 2011;
  8. Cria a capa do livro O Despertar do Equilíbrio, de Renata Passos, Fortaleza-CE, 2011;
  9. Cria a capa do livro Pequenas Eternidades, de Zeca Lemos, Fortaleza-CE, 2016;
  10. Ilustra a capa do livro A Literatura Cearense Através de Ensaios, de Carlos Augusto Viana, Fortaleza-CE, 2018;
  11. Cria a capa do livro Literatura Cearense, de Aíla Sampaio, Fortaleza-CE, 2019.

Diversos

  1. Participa do Programa Bolsa-Trabalho/Arte da UFC – Funarte – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-CE, 1979/1982.
  2. Conclui o Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-CE, 1983;
  3. Cria escultura em concreto situada no Centro de Esportes e Lazer César Cals Neto, Bosque Eudoro Corrêa, Fortaleza-CE, 1984;
  4. Participa de painel na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, Fortaleza-CE, 1997;
  5. É citado no CD-Rom Multimídia Aldemir Martins, Vida e Obra, Fortaleza-CE, 1998;
  6. Participa de painel no Aeroporto Internacional Pinto Martins, Fortaleza-CE, 1998;
  7. É citado no site do Centro Cultural Itaú, 1999;
  8. Participa de painel para a Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza, Fortaleza-CE, 1999;
  9. Ministra o Curso Oficina de Pintura “Dendê: quem te viu, quem te vê”, Universidade de Fortaleza, Fortaleza-CE, 2006;
  10. Inaugura o projeto cultural “Donna da arte”, com painel artístico reproduzido de pintura e texto de sua autoria. Fachada do Donna Pasta & Chopp, Fortaleza-CE, 2008;
  11. Ocupa a cadeira de N°16 da Academia Cearense de Artes Plásticas – ACAP, Fortaleza-CE, 2012;
  12. Torna-se Membro da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo, Fortaleza-CE, 2015;
  13. Integra a curadoria do Museu Orgânico Fortaleza, da Prefeitura Municipal de Fortaleza, 2018;
  14. Participa do catálogo da coleção da Fundação Edson Queiroz, Fortaleza-CE, 2018;

Recriou o novo design da campanha Doe de Coração, realizada pela Fundação Edson Queiroz, Fortaleza-CE, 2019.

ÁUREAS REMINISCÊNCIAS – JORGE FURTADO

(Jorge Furtado)

ÁUREAS REMINISCÊNCIAS 


Trago, inabalavelmente redivivas, as mirabolantes peraltices da infância eternizados em letras áureas nos pergaminhos das minhas férteis reminiscências.

Assim, sinto-me constituído, o que não deixa de ser veríssimo, de argila e cristal, resplandecendo por todos os povos, a imarcescível luz das minhas inefáveis quimeras.

Destarte, nutrido de um espírito nostálgico e aventureiro, revisito os os antigos alpendres-templos, que adornam a minha alma, com seus balançares de redes, onde arrefecem tardes.

E ressurgem noites místicas reverenciadas.

Por grilos e batráquios que entoam com telúrica e harmônica maestria a Canção da vida!

Jorge Alfredo de Oliveira Furtado, nasceu na cidade de Fortaleza, estado do Ceará em 11 de junho de 1971. É filho de Maria Alzira de Oliveira Furtado e Alfredo Furriel Dias. É Poeta de estilo livre e cordelista de grande lavra. Tem publicados: “Casulo de esperanças” – (2000); “O sertão dos lampiões e a capitá dos apagões” – (2001 – capa de Audifax Rios); “Poemas para quem crê no amor” – (2004); “Lamentos de um candidato” – (2008); “Romance e martírio da bela Inês de Castro”  – Em parceria com Klévisson Viana – (2014); “Patativa do Assaré – pássaro eterno” – (2010); “Paulo Freire, o pedagogo dos oprimidos” – (2012); “Binho, o menino que aprendeu a amar os passarinhos” – (2013); “Sublimação – em parceria com o Poeta de Meia Tigela” – (2015); “Espelhos” – (2016); “O menino e o ukulelê e outros poemas” – (2018). Tem poemas e cordéis nas coletâneas “Explosões de poesias” – Macaé – Rio de Janeiro – (1990); “Antologia poética cearense” – (1999); “Poetas da Praça do Ferreira” – organização de Márcio Catunda – (2018); “Almanaque Literário do Ceará” – (2019). Foi laureado com o segundo lugar no certame literário Prêmio Gerardo Dimas Mateus, com o cordel “Lamentos da natureza” – Cidade de Russas – estado do Ceará – (2011), Menção honrosa na Antologia Poética do Ideal Clube de Fortaleza, com o poema “Balada ao forasteiro” – (2010).

Para ler mais sobre Jorge Furtado acesse os endereços eletrônico abaixo:

https://tuliomonteiroblog.wordpress.com/2020/02/19/o-poeta-e-a-musa-poema-de-jorge-furtado-a-dimas-macedo/

https://tuliomonteiroblog.wordpress.com/2020/02/24/folia-entediante-jorge-furtado/

https://tuliomonteiroblog.wordpress.com/2020/02/09/lamentos-do-riacho-pajeu-a-fortaleza-dilapidada-um-poema-de-jorge-furtado/

https://tuliomonteiroblog.wordpress.com/2020/04/28/nostalgia-a-flor-da-tez/

https://tuliomonteiroblog.wordpress.com/2017/05/04/poema-de-resistencia/

https://tuliomonteiroblog.wordpress.com/2017/05/05/vida-de-dor-

OS CARREGADORES DE QUIMOAS – CRÔNICA DE OTACÍLIO DE AZEVEDO

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(Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza – Ceará, tendo a sua frente o Passeio Público – Foto do Arquivo Nirez – Todos os direitos reservados)

OS CARREGADORES DE QUIMOAS

Antigamente, quando Fortaleza não tinha esgotos e quase não tinha calçamento, a não ser nas proximidades da Praça do do Ferreira, era costume de quase todas as residências encher de detritos fecais enormes barris de madeira (cuja exclusividade de fabricação parecia pertencer a Samuel Carão) e mandarem atirar o malcheiroso conteúdo nas proximidades da praia. Eram levados à cabeça por homens acostumados a esse anti-higiênico mister.



E lá saiam, rua afora, os carregadores de quimoas (era o nome que se dava ao depósito), enchendo da maior fedentina os lugares por onde passavam. Aquele horrendo vasilhame era uma séria ameaça não só à saúde, mas também aos brios de uma província que se dizia civilizada.



Cruzavam-se nas ruas os estranhos carregadores. E quando, cansados e bêbados, descansavam a barrica nas calçadas ou num providencial batente que lhes servisse de apoio…



À passagem dos quimoeiros havia grandes correrias, de homens, mulheres e crianças agarradas e arrastadas pelos pais. Portas e janelas fechavam-se com estrépito.



Certa ocasião, o “Pisa-Macio”, um dos mais populares quimoeiros, sujeito baixo e entroncado, amarelo, com profundas olheiras arroxeadas, passando com uma quimoa frente à Santa Casa de Misericórdia, quase morreu asfixiado; é que o vasilhame, muito velho e cheio demais, deslocou o seu fundo. A cabeça da vítima mergulhou completamente na matéria fétida. Diante daquela terrível situação, o infeliz corria, caía e levantava-se às tontas com a cabeça coberta pela barrica. Uma freira da Santa Casa, apiedada, arranjou dois trabalhadores que tiraram da cabeça do desgraçado, aos pedaços, a barrica arrebentada. A freira levou a vítima e mandou dar-lhe uma lavagem na cabeça. Três dias depois, o “Pisa-Macio” era cadáver.



De onde quer que partissem, os quimoeiros passavam obrigatoriamente pela frente da Santa Casa, descendo o calçamento que dava no velho Gasômetro, rumo à praia. Ali chegando, o fétido carregamento era atirado ao mar, a barrica lavada e o homem voltava, passando pela antiga Rua Formosa, hoje Barão do Rio Branco.



Otacílio de Azevedo, In: “Fortaleza Descalça” – Coleção Alagadiço Novo – Universidade Federal do Ceará – UFC – 2ª edição – 1992.

O gasômetro de Fortaleza, capital do Ceará, Brasil. Nas proximidades da Santa Casa de Misericórdia, centro da cidade. Foto do Arquivo Nirez – Todos os direitos reservados.