A FRAGMENTAÇÃO DE SEGIANE CABRALL

SEGIANE

Segiane Cabrall

Segiane de Jesus Cabral, natural de Rio Verde – Goiás. Filha de Arizon Francisco Cabral e Versair Francisco de Jesus. Conheceu Fortaleza em junho de 1999 e, desde então, segundo ela, passou a ser natural de Fortaleza. Formou-se em Artes Visuais pela UNIFOR em 2012 – II, colando grau em 4 de janeiro de 2013. Atua como artista plástica desde 1993.

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Facebook: Segiane Cabral

segianearte@gmail.com

 

Formação Acadêmica 

2012 – Bacharelado em Artes Visuais – Universidade de Fortaleza –  UNIFOR – Fortaleza – Ceará

Cursos de Extensão Acadêmica

Seminário Avançado de Arte – Arte Moderna Perante o Desencantamento do Mundo – 2012 BNB – Centro cultural Banco do Nordeste – Fortaleza – Ceará – Apreciação de Arte Paralela: Panorama de Arte Contemporânea 2011 – Fortaleza – Ceará – Laboratório de artes cênicas LABT – Para Atuação em Cinema e Teatro em 2010 – Fortaleza – Ceará – Gravura em metal e em madeira – 2009. Centro Cultural Dragão do Mar – Fortaleza – Ceará – Apreciação de Arte: O Canto Ocidental ao longo da Historia – 2008 – Fortaleza – Ceará – Seminário de Arte: O Brasil e Artes Plásticas – BNB 2002. Fortaleza – Ceará – Curso de restauro em pintura com Flávio Capitulino – João Pessoa – Paraíba -1999  –  Oficina de Restauração realizada no Festival de arte de Areia – João Pessoa – Paraíba – 1999.

Experiências Profissionais Artísticas e Acadêmicas 

Realiza trabalhos Artísticos e Exposições desde 1993. Realizou monitoria acadêmica na Universidade de Fortaleza – Ceará de 2009.I a 2011.2 no SPA – Serviço de Psicologia Aplicada e NAMI – Núcleo de Atenção Médica Integrada no projeto em parceria entre os cursos de Belas Artes e da Psicologia. A partir deste estudo e de experiências práticas, publicou o artigo sobre “O SURTO CRIATIVO” na revista HUMANIDADES da UNIFOR – 2011.

Exposições
2020 – Mostra Virtual – 8 de maio DiCasa – Fórum das Artes Visuais do Ceará
2020 – Exposição Adjetivo Feminino – Museu do Mauc – Universidade Federal do Ceará – UFC – Ceará
2020 – Exposição Novos Olhares para Monalisa – Museu da Indústria de Fortaleza – Ceará
2019 – Exposição Au Carrousel Du Louvre – Paris – França
2019 – Seleção para o catálogo internacional – GUIDE international d’art Conteporain
2019 – Exposição Coletiva no Museu da Indústria de Fortaleza de setembro de 2019 a janeiro de 2020
2020 – Coleção: Novos Olhares Para Monalisa Museu da Indústria de Fortaleza – Ceará
2018 – Exposição Coletiva em homenagem ao aniversário de Mineiros – Shopping Ipê – Goiás
2018 – Exposição Participação especial lançamento de livro fotográfico histórico Do Parque Ecológico das Emas – Hotel Gran Park
2018 – Exposição Coletiva – UNIFIMES – VITRINE CULTURAL – Goiás
2017 – Exposição coletiva em Homenagem a Mineiros – Goiás
2017 – Exposição Pulsações – A vida que do Útero Pulsa – Mineiros – Goiás
2012 – Exposição Mulheres de XX – Universidade de Fortaleza – UNIFOR – Ceará
2011 – Exposição Arte à Deriva – Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura – Fortaleza
– Ceará
2011 – Mestres e Aprendizes – Universidade de Fortaleza – UNIFOR – Ceará
2010 – Premiada na Mostra Brasil França – Universidade de Fortaleza – Ceará
2010 – Seleção Mostra Brasil França – Universidade de Fortaleza – UNIFOR – Ceará
2009 – Coletiva – Grupo Comunicativismo – SESC Iracema – Dragão do Mar – Fortaleza – Ceará
2008 – Individual no Liceu em Betanzos – Espanha
2007 – Coletiva – Associação dos artistas plásticos do ceará – Faculdade Christus – Fortaleza – Ceará
2005 – Premiada no concurso Universidart – Faculdade Integrada do Ceará (FIC) – Fortaleza -Ceará
2002 – Premiada no concurso de pintura promovido pela 10ª Região Militar de Fortaleza – Ceará
1993 – Prêmio Jovem Talento do Banco do Estado de Goiás – Rio Verde – Goiás.
Fractais Urbanos
As pinturas exibem imagens fragmentadas do cotidiano urbano, imagens fugazes e efêmeras que se mesclam e se misturam e se dissolvem no que se refere aos reflexos espelhados das vitrinas da cidade. Imagens carregadas de uma série de conceitos e reflexões em torno do ver e ser visto relacionando à pessoa do eu com o outro num ciclo recíproco e simultâneo.
Este trabalho começou a surgir a partir da observação de um mundo fragmentado. O fragmento, o detalhe, o pormenor, que muitas vezes assume proporções de inteiros, proporções de um todo quase que independente do todo de onde se observa inicialmente e de onde pertence o mundo. Um fragmento como algo muito maior em sua partícula e particularidades, onde se observa efemeridades e movimentações de algo que está vivo e se transformando, se dividindo, se fragmentando todo o tempo.
Com pensamentos sediados nestas proporções, comecei então a questionar a presença do “eu” e do “outro” no cotidiano urbano, dentro de uma espacialidade fugaz, sedutora e reminiscente, como os reflexos das vitrinas da cidade, que seduzem o sujeito enquanto o flagra circundante pelas ruas e passagens. O mistério de ver e ser visto dentro dessa espacialidade e materialidade que se configura numa fragmentação do sujeito e seus desejos subjacentes – paradigma onde este trabalho é proposto e desenvolvido.
Obra do Conjunto FRACTAIS URBANOS (pinturas óleo sobre telas)

Segiane 1Pintura óleo sobre tela – 0,80 x 0,80 cm Fragmento II com verniz Poliuretano – 2012

 

segiane 2 Pintura óleo sobre tela – 0,60 x 0,70 cm – Fragmento II, com verniz Poliuretano – 2012

 

Segiane 3Pintura Óleo sobre tela 0,70 x 0,50 cm  – 2019 \ 2020

 

Segiane 4Pintura Óleo sobre tela 0,70 x 0,50 cm  – 2019 \ 2020

 

Segiane 5Pintura óleo sobre tela – 0,80 x 1,40 cm – sem verniz – 2019

 

Segiane 7 Pintura Óleo sobre tela 100 x 0,60 cm – sem verniz – 2019

 

Segiane 8Pintura óleo sobre tela 0,70 x 100 cm – sem verniz – 2019

 

Segiane 14Pintura Óleo sobre tela 0,80 x 0,85 cm – 2019

 

segiane 15Óleo sobre tela – dimensões 0,80 x 0,90 cm – 2019 \ 2020

 

Segiane 16 Óleo sobre tela – dimensões 0,80 x 0,90 cm – 2019 \ 2020

 

Segiane 20Óleo sobre tela – dimensões 0,80 x 0,90 cm – 2019 \ 2020

 

Segiane 18Óleo sobre tela – dimensões 0,80 x 0,90 cm – 2019 \ 2020

 

 

 

BOSCO LISBOA, O POETA DO BARRO.

BOSCO ATELIER(Bosco Lisboa desenvolvendo uma de suas criações)

 
 

João Bosco Lisboa de Morais é filho de Jurandir Ramos de Morais e Creusa Lisboa de Morais. Nasceu em Juazeiro do Norte – Ceará, em 20 de dezembro de 1963. Começou sua carreira artística modelando santos de barro como ceramista e escultor em 1980. Desenvolveu por mais dez anos pesquisa com artesãos do Sitio Touro e do bairro Tiradentes, tradicionais redutos da cerâmica em Juazeiro do Norte.

 

Instagram: @boscolisboa

Facebook: Bosco Lisboa Lisboa

Um pouco do artista Bosco Lisboa, por Dodora Guimarães.

O Escultor Bosco Lisboa guarda em sua memória de barro reminiscências incomuns. Relembra que quando menino, vez por outra, na Eletrônica Padre Cícero, de seu pai, em Juazeiro do Norte/CE, trivial bordão do conserta-se rádio, vitrola, televisor, geladeira, era substituído pela epifania lamuriante de Frei Damião e de seus seguidores. Adentrando no coração devoto dos proprietários e dos demais presentes a voz sussurrante do famoso peregrino do sertão reverberava nas prateleiras apinhadas de objetos à espera de concertos. Aos olhos grelados do meninote, estas aparições “mágicas”congelavam tudo à volta. Na sua mente imaginativa aquelas constelações terrenas, como espectros de pó ganhando movimento podiam dissipar-se e voar janelas afora, ganhando os ares como nos filmes de animação.

Não éramos benditos ou as preces que atingiam os ouvidos de Bosco Lisboa. Mas o silêncio daqueles objetos inertes, com suas formas provocativas, sedutoras. O seu interesse, portanto, era dar velocidade àquele filme cujo enredo o emaranhava todo. Sonhava dominando o tempo, e no mesmo sonho soprava o movimento.

Quando seus pais abdicaram do comércio para seguir a rota missionária de Frei Damião, coube a Bosco a herança da oficina eletrônica, logo transformada em atelier de arte. O antigo ambiente, com seus objetos e ferramentas migraram para o pensamento do artista que mesclou à sua existência o barro da criação.

Da arte santeira do início, nos moldes da repetição romeira, partiu para experiências realmente inventivas, condizentes com as reminiscências que latejavam na sua imaginação. Descobriu-se, finalmente, no Sítio Touro e, posteriormente no bairro Tiradentes, no convívio com oleiros e outros mestres viu que seu universo era maior e podia se expandir com o barro que moldava nas mãos.

Foi buscando a si, no barreiro do seu interior, que Bosco Lisboa, o Bosquinho, como ainda hoje é chamado pela mestra Cícera Fonseca e pelas Marias dos temas, que também emergiram no Tiradentes, encontrou as pegadas que o levariam às paredes e muros do seu cotidiano. Observando com aquela mesma avidez da infância o ritmo de um relógio parado, ou desconcertando-se com o movimento da roda na sua mais completa imobilidade, o artista deslumbra-se com o mundo à sua volta. Girando em torno do que está à sua frente, sem pressa, quase em câmera lenta o nosso escultor nos relembra com ironia que se o tempo não para, pra que colocar ponteiros num relógio que também é feito com o mesmo pó do tempo.

Será assim no oco do Mundo?

Dodora Guimarães

Do barro à arte – Bosco Lisboa

 

A sombrinha pendurada no chapeleiro, roupas bem dobradas, um par de chinelas, mochilas à espera do viajante. Objetos que passam despercebidos na cena cotidiana são fontes de inspiração para o artista plástico Bosco Lisboa.

Bosco - Férias

Férias – 2004 – Escultura em cerâmica

Do barro, surgem objetos utilizados no cotidiano. “Coloco esses objetos em destaque, porque de tanto a gente vê-los não damos a eles o devido valor”, define. Parafraseando um trecho da música “O Estrangeiro”, de Caetano Veloso, Bosco afirma que “o amor é cego”, pois de tanto as pessoas conviverem com esses objetos, numa “relação de amor”, quase não os percebem. Mas na sua obra, eles tomam uma nova dimensão. O artista foi selecionado para o programa Rumos Itaú Artes Visuais, 2005/2006.

Há 17 anos, Bosco faz esculturas em barro, tendo obtido reconhecimento em várias edições do Salão de Abril, promovido pela Prefeitura de Fortaleza. A última “honra ao mérito” é figurar entre os 78 selecionados entre 1342 inscritos na terceira edição do programa Rumos Itaú Artes Visuais. Com riqueza de detalhes e traços bem delineados, suas obras mostram formas leves, em contraste com o peso da matéria-prima. Trabalha com outros materias como fibra de vidro, madeira, concreto e esponja de poliuterano, principalmente sob encomenda. Mais de vinte trabalhos em fibras de vidro na estrutura temática do Beach Parque, no Porto das Dunas, receberam sua marca dentre eles: a esfinge, o sarcófago e a onda de quatro metros. Outros trabalhos de Bosco estão na barraca Atlantis, na praia do futuro. Lá se encontram mais de 30 esculturas de concreto.

Segundo Bosco, as primeiras paixões que lhe serviram de ponte para as artes plásticas foram a música e o teatro, descobertas num seminário em Juazeiro do Norte, cidade onde nasceu. Ingressou na vida religiosa por vontade da mãe, que o queria padre. Aos 17 anos, deixando o seminário, visitou exposições de esculturas em barro, e a empatia pelas peças, conta, foi “muito natural”. O artista cria em qualquer lugar. Em casa, deitado numa rede, observa vários objetos a sua volta, reproduzindo-os artisticamente através do barro. Alguns temas de suas obras nessa matéria-prima são “Acabei de chegar em casa” e “Roupas passadas”. Um varal de estender roupas foi o seu primeiro trabalho. “Geralmente o varal fica escondidinho, lá no jardim de trás da casa. Esculpi um varal de barro e a pessoa que me comprou o colocou na entrada da casa dela”, conta. Bosco é enfático ao dizer que o artista sofre, “porque enquanto a inspiração não se traduz no objeto, o artista não dorme”. E diz que a sua vida se resume em “trabalho, trabalho e trabalho”. Ele explica: “ porque ou estou acordado trabalhando ou dormindo, sonhando com o próximo trabalho”.

O pai também não o queria artista. Teimoso e a contragosto dele, que pretendia que seu filho fosse médico, Bosco optou mesmo pela arte. Sua família chegou a tentar interná-lo num hospício por sua opção profissional e seu processo de trabalho. Ele criava diuturnamente. “Meus pais morreram pensando que eu sou louco”, revela.

Durante os primeiros 15 anos de artes plásticas, costumava devorar livros sobre as obras dos mundialmente conhecidos Gian Lorenzo, Michelângelo e Victor Brecheret. A ceramista cearense Cícera Fonseca também o apoiou e o influenciou.

Na cidade do padre Cícero, fez muitos trabalhos de temática sacra, mas sua predileção é retratar elementos do cotidiano. Em Fortaleza há 10 anos, desenvolve sua arte num ateliê na Praia da Sabiaguaba. Mas já está de mudança marcada para São Paulo, pois a capital cearense ficou pequena, para a dimensão da sua arte. “Não há mais mercado por aqui, não tem pra onde crescer. Acrescenta que o estímulo para a arte em Fortaleza ainda é muito limitado.

Produzindo Escultura em Cerâmica

No vídeo PRODUZINDO ESCULTURA EM CERÂMICA do escultor ceramista Bosco Lisboa o artista fala um pouco da sua trajetória artística e dá algumas dicas de iniciação à escultura com argila com pouco recurso e também apresenta fotos de algumas de suas obras mais importantes.

bosco 2Rede – 0,60 x 0,50 x 0,40 cm. – 2009 – Escultura em cerâmica

Bosco 8Cavalheiro – 0,70 x 1m. x 0,25 cm. – 2007 – Escultura em cerâmica

Bosco 9Descanso da rede – 1,20 X 0,60 X 0,50 cm. – 2009  – Escultura em cerâmica

Bosco 16Pensando – 0,80 x 0,50 x 0,30 cm. – 2012 – Escultura em cerâmica

Bosco 15Cavalheiro andando – 1,60m. x 0,60 x 0,30cm. –  2012 – Escultura em cerâmica

Bosco 14

Bosco 13

Bosco 17Botas – 0,60 X 0,40 X 0,30cm. – 2010 – Escultura em cerâmica

bosco 3Varal de roupas – 2m X 0,50 X 0,25cm – 2007 – Escultura em cerâmica

4Rede – 2m X 0,50 X 0,30cm – 2010 – Escultura em cerâmica

Bosco 19

Bosco 21A Dança – 0,80 X 0,60 X 0,30cm. – 2013 – Escultura em cerâmica

Bosco 6Varal de Roupas – 2m. X 0,40 X 0,25cm. – 2015 – Escultura em cerâmica

EXPOSIÇÕES

1992 – Água – Berlim –  Alemanha

1993 – Transfere-se de Juazeiro do Norte para para Fortaleza – Ceará

1993 – Premio Menção Honrosa no Salão dos Novos – Fortaleza – Ceará

1997/1998 – Salão de Abril – Fortaleza – Ceará

1998/2001 –  Salão de Arte Contemporânea de Sobral – Ceará

2001 – 1ª Bienal do Cariri – Juazeiro do Norte – Ceará

2003 – Mostra Cariri das Artes – Juazeiro do Norte – Ceará

2002/2004 – Salão de Abril – Prêmio Escultura – Fortaleza – Ceará

2004 – Bienal Naif`s do Brasil (Premio de Aquisição) – SESC – Piracicaba – São Paulo

2005/2006 – Rumos, Artes visuais – Itaú Cultural – São Paulo – SP.

2005 – Edital Secult – Ceará – Contemplado na Área de Pesquisa.

2006/2008/2010 – Edital FUNCET – PMF – Contemplado nas Áreas:  Formação,  Exposição e Pesquisa

2006 – Museu de Arte Contemporânea – MAC e II Edital do Programa CAIXA de Adoção de Entidades Culturais – Fortaleza – Ceará

2006/2007 –  Viva a Arte Viva do Povo Brasileiro – Museu afro-Brasil – São Paulo – SP.

2007 – Bienal de Artes Outras Contemporaneidades – Valência – Espanha

2007 – Mostra O Cariri é aqui – Sobrado José Lourenço – Fortaleza – Ceará

2007 – Artistas Brasileiros – Senado Federal – Brasília – Distrito Federal

2008 – SIEC – Contemplado Formação – Projeto Arte Profissionalizante

2011/2012 – De Casa para o Mundo do Mundo para Casa – Retrospectiva do Salão de Abril até o ano de 2010 – Fortaleza – Ceará

2012 – Os Sertões – Museu Afro Brasil – São Paulo – SP.

2012 – Edital de Incentivo as Artes – Contemplado com aquisição de obras – Secult – Ceará

2013 – Mostra Nacional de Arte Contemporânea – Salão de Abril – Fortaleza – Ceará

2016/17 – Miolo de Pote – Museu da Cultura Cearense – Centro Dragão do Mar de Arte  e Cultura.

2018 – Salão de Abril – Mostra Nacional de Arte Contemporânea – Premio por participação.

PREMIAÇÕES

1993 –  Mensão honrosa – Salão dos Novos – Fortaleza – Ceará.

2002 –  Prêmio de Escultura – Salão de Abril – Fortaleza – Ceará

2004 –  Prêmio de Escultura – Salão de Abril – Fortaleza – Ceará

2004 –  Prêmio de Aquisição – Bienal Naif’s do Brasil – Sesc Piracicaba – São Paulo

2005 –  Contemplado Edital Incentivo as Artes – Pesquisa – Secult – Ceará

2006 –  Contemplado Edital das Artes – Formação – Secultfor – Fortaleza – Ceará

2007 –  Premio Exposição Individual – Edital Ocupação Espaço Cultural dos Correios – Fortaleza.

2007 –  Premio Exposição Individual – Espaço Cultural Caixa Econômica Federal – Salvador – Bahia

2008 –  Contemplado Edital Incentivo as Artes – Exposição – Secult – Ceará

2008 –  Contemplado Edital das Artes – Exposição – Secultfor – Fortaleza – Ceará

2010 –  Contemplado Edital das Artes – Pesquisa – Secultfor – Fortaleza – Ceará

2012 –  Contemplado  Edital de Incentivo as Artes – Aquisição de Obras – Secult – Ceará

2016 – Contemplado no XI Edital de Incentivo as Artes da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará

2018 – Prêmio por Participação – Salão de Abril – Fortaleza – Ceará

2020 – I Edital Festival Cultura Dendicasa: Arte de Casa Para o Mundo – Vídeo PRODUZINDO ESCULTURA EM CERÂMICA – Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult)

MOSTRAS INDIVIDUAIS

2005 – Projeto Abolição – Tudo de Barro –  Centro Cultural do Abolição – Fortaleza – Ceará

2006 – Edital FUNCET – PMF – Contemplado Exposição Individual em Praça Pública – Aniversário de Fortaleza – Ceará

2007 – Edital Correios – Contemplado Exposição Individual no Espaço Cultural Correios em Fortaleza – Ceará

2007 – Edital da CEF – Contemplado Exposição Individual  no Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal – Salvador – Bahia

2008 – Edital Secult – Ceará – Contemplado Exposição Individual no Teatro Jose de Alencar – Fortaleza – Ceará

2008 – Sete Artistas – Sobrado Zé Lourenço – Fortaleza

2011 – 30 Anos Depois – Sobrado Zé Lourenço – Fortaleza Ceará

2014 – Exposição Individual – Clube do Golf – São Roque – São Paulo

2014 – Exposição Individual no Space Travellin – São José dos Campos – São Paulo.

Bosco atelier 3(Bosco Lisboa executando queima em forno Noborigama quando morava em São Paulo)

Forno NoborigamaNoborigama é uma técnica de produção de cerâmica, feita através de forno à lenha, com câmaras interligadas que conseguem atingir temperaturas superiores a 1.300 graus centígrados.

Túlio Monteiro – Escritor, Professor, biógrafo, historiador e crítico literário, nascido em Fortaleza, Ceará, Brasil, aos 15 de outubro de 1964.

Graduado em Letras pela Universidade Federal do Ceará – UFC. Grau de Especialização em Literatura e Investigação Literária, também pela Universidade Federal do Ceará – UFC, com a monografia: Intertextualidade e Fluxo da Consciência na Obra de Graciliano Ramos Orientadora: Professora Doutora Vera Lúcia Albuquerque de Moraes.

Membro efetivo da ASSOCIAÇÃO CEARENSE DE IMPRENSA – A.C.I. – Fortaleza – Ceará – Brasil.

Membro efetivo da ACADEMIA INTERNACIONAL DE LITERATURA BRASILEIRA – AILB  – Cadeira de número 246 – Com sede em Nova York –  Estados Unidos da América.

Membro efetivo da ACADEMIA CEARENSE DE LITERATURA POPULAR  – ACLP – Cadeira de número 30, cujo patrono é o Poeta e Jornalista Rogaciano Leite – Com sede na Casa de Juvenal Galeno – Fortaleza – Ceará – Brasil.

Diretor da Galeria de Artes Antônio Bandeira – FUNCET – Fundação de Cultura, Esportes e Turismo – Prefeitura Municipal de Fortaleza –Ceará – (2000 – 2004).

Diretor do Memorial Sinhá D’Amora – FUNCET – Fundação de Cultura, Esportes e Turismo – Prefeitura Municipal de Fortaleza – Ceará – (2002 – 2004).

COORDENADOR DO NÚCLEO DE LITERATURA DO “ESPAÇO CULTURAL CARMELITA E DIOGO FONTENELLLE” – Fortaleza – Ceará – Brasil – A partir de julho do 2023.

Cronista-colaborador do JORNAL CEARÁ ADMINISTRATIVO – CEARÁ. A partir de julho do 2023.

AUTOR DOS LIVROS

Agosto em Plenilúnio
Poesias 1995 Imprensa Universitária da Universidade Federal do Ceará – UFC.

Lopes Filho e a Padaria Espiritual – 2000 – Biografia – Coleção Terra Bárbara – Edições Demócrito Rocha – Jornal O Povo – Ceará.

Sinhá D’Amora, Primeira-Dama das Artes Plásticas do Brasil – Biografia – 2002 – Coleção Terra Bárbara – Edições Demócrito Rocha – Jornal O Povo – Ceará.

Antologia de Contos Cearenses (organizador) – Coleção Terra da Luz – 2004 – Fundação de Cultura Esporte e Turismo de Fortaleza – FUNCET – Prefeitura Municipal de Fortaleza

Dois dedos de prosa com Graciliano Ramos – Contos – 2006 – Coleção Literatura Hoje – Imprensa Universitária da Universidade Federal do Ceará  – UFC.

Sonhos e Vitórias – A História de João Gonçalves Primo – Biografia – 2007 – Em parceria com o Poeta, Escritor, Historiador e Biógrafo Juarez Leitão – Premius Editora – Ceará.

Cajueiro Botador – Infanto-Juvenil – 2008 – Coleção Paic – Secretaria de Educação do Estado doCeará   –   SEDUC   –   Governo do Estado do Ceará.

Participação na Coletânea 100 Sonetos de 100 Poetas, com o soneto E há pó de Estrelas pelas estradas – Editada pelo Instituto Horácio Dídimo, Arte, Cultura e Espiritualidade – 2019 – Vencedora do Troféu Literatura 2020, da XIII Bienal do Livro do Ceará – Prêmio concedido pela ZL Books.

Participação na Coletânea do Álbum Fortaleza Ilustrada, com a crônica No aniversário de um padeiro espiritual – Edições Demócrito Rocha – Jornal O Povo – Ceará – 2021.

Participação na Coletânea As novas Historinhas do Mestre Jabuti – inspiradas no livro As Historinhas do Mestre Jabuti, do escritor cearense Horácio Dídimo, com o texto “Mestre Horácio Dídimo e o carrinho voador” – Editada pelo Instituto Horácio Dídimo, Arte, Cultura e Espiritualidade – 2021. 

Participação na coletânea Oratório Poético, com a crônica “Eu, Antônio Conselheiro”. Coletânea organizada pelo escritor Luciano Dídimo e editada através do Instituto Horácio Dídimo, Arte, Cultura e Espiritualidade. Lançada durante a XIV Bienal Internacional do Livro do Ceará – 2022.

Participação no XXII Prêmio Ideal Clube de LiteraturaPrêmio José Telles, com o poema “Ponte Metálica” – Fortaleza- Ceará – 2022.

PREMIAÇÕES

VENCEDOR do 2º PRÊMIO IDEAL CLUBE DELITERATURA – A HORA E A VEZ DOS NOSSOS CRONISTAS – Com a crônica “Dois dedos de prosa com Graciliano Ramos” – Fortaleza – Ceará – 1999.

VENCEDOR DO 10º FESTIVAL DE POESIA, CRÔNICA E CONTO DO GRUPO LITERÁRIO DE IMPERATRIZ – 1996.

2º E 3º LUGARES (POESIA) – VIII CONCURSO LITERÁRIO AMERICANO DO BRASIL – GOIÁS – BRASIL, Prefeitura de Goiás – Goiânia – 1994.

3º LUGAR – PRÊMIO DOMINGOS OLÍMPIO DE LITERATURA – SOBRAL – CEARÁ, SECRETARIA DE CULTURA DE SOBRAL – CEARÁ – 2004.

ASSESSORIA TÉCNICA E COTEJAMENTO DE
TEXTO ORIGINAL

24º CINE CEARÁ – Prêmio de Melhor Produção Cearense para o curta-metragem “Joaquim Bralhador”, adaptação do conto homônimo do livro Joaquinho Gato, do escritor cearense Juarez Barroso – Dirigido pelo cineasta Márcio Câmara – 2014.

TENTE ALGO NOVO, por Francisco Ivo

Francisco Ivo (geólogo e artista visual)

TENTE ALGO NOVO

Pesando em média 1,5 kg e consumindo 20% da energia produzida pelo nosso organismo, o cérebro humano a partir de sua evolução, nos conduziu ao topo da cadeia alimentar e de comando das situações entre os demais animais do Planeta. Essa caminhada foi impulsionada por nossas curiosidades e  processos engenhosos desenvolvidos pela criatividade humana ao longo dos últimos 4 milhões de anos. Os saberes e fazeres passaram então a interagir em momentos de calmarias, os quais nos auxiliaram na travessia desse mar de dificuldades enfrentadas pelos nossos ancestrais.

A arte na confecção dos utensílios e objetos facilitadores de nossas atividades diárias, praticada pelos nossos antepassados rupestres, nos abriram caminhos para atingirmos o primeiro lugar nesse pódio, através da transferência de conhecimentos adquiridos através dos métodos empíricos, até chegarmos ao homem iluminista, positivista, romântico, realista (nem tanto), e tecnológico dos dias atuais.

O processo criativo humano que nos conduziu em nossa aventura na Terra se faz em uma região do cérebro definida como córtex pré-frontal, que segundo a neurociência, age como um maestro em plena atividade pelas vias do sistema nervoso. Obviamente que esses lugares não trabalham sozinhos e, como toda orquestra, se alia a outras áreas desse fantástico mundo de energia ao acionar a interação cinética entre bilhões de neurônios, como se fossem músicos, que enviam trilhões de notas musicais na forma de pulsos elétricos. O resultado é uma música que pode ser de qualidade inferior ou de notas majestosamente reunidas através de diversos instrumentos musicais, exaustivamente trabalhados. A persistência humana pode levar ao acerto.

O que vemos, degustamos, ouvimos, rescendemos e sentimos com os toques do corpo se misturam formando as memórias, pensamentos e emoções, independentemente de serem velhas adormecidas (inconsciente) ou novas e frescas (consciente). O resultado de toda essa interação sensorial são os materiais disponibilizados para a criação humana, através dos erros e acertos tão próximos de nós.

O resultado da criação humana, seja de qual manifestação artística venha, pode chegar carregado de uma grande dose de agonia, pois nunca sabemos o quão bom ou mau será seu resultado perante o outro. Portanto, para sermos criativos, precisamos não ter medo de errar e de não desgostar nossos semelhantes em Deus. Entre muitos homens e mulheres que já passaram pelo nosso planeta e que se cercaram de todas as emoções humanas, consideradas combustíveis da criatividade, está o compositor e músico Ludwig van Beethoven. Vamos, então, saber um pouco sobre este músico conhecido, divulgado e apreciado até os dias atuais, que este ano comemoramos a efeméride de 250 anos de sua chegada ao Mundo.

Beethoven nasceu em Bonn – atual Alemanha, em 16 de dezembro de 1770. Filho e neto de músicos, guardava em sua ascendência familiar os acordes e compassos musicais tão próximos a ele desde sua infância. Vejamos, então, como se deu a sua evolução musical como gênio da humanidade.

Beethoven, desde muito cedo iniciou seus estudos musicais sob a orientação rígida dos pais, Johann van Beethoven e Maria Magdalena Kewerich que tiveram, além de Beethoven, mais seis filhos. Sobre o pai e seu vício nas bebidas, não guardou boas lembranças por toda a vida. Dos sete filhos do casal apenas os três meninos atingiram a fase adulta. Dessa forma, Beethoven, o mais velho dos homens, iniciou os estudos musicais precocemente, como dito anteriormente tendo partido pelo cravo, passando para o violino e posteriormente à viola. Com sete anos participou de seu primeiro recital na Academia de Sternengass (atual Suíça). Nessa mesma época, aprendeu composição musical com o organista oficial da corte de Bonn e se tornou um de seus assistentes aos 11 anos de idade.

Sua trajetória musical continuou e aos 17 anos, em 1787, mudou-se para Viena (Áustria) para estudar música com o compositor Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791). Esse contato tão sonhado por sua família não se concretizou, devido ao seu retorno antecipado à Bonn pouco tempo depois de sua chegada. Em 1792, Beethoven passou a morar permanentemente em Viena, aos 22 anos, onde estudou com Joseph Haydn (1732 – 1809) e outros compositores de sucesso. Em Viena, tornou-se conhecido como pianista de imenso talento e grande sucesso, em uma corte que valorizava e incentivava seus músicos em grandes bailes promovidos pela elite e burguesia local. Com o passar dos tempos diriam que Beethoven era um “bajulador da nobreza”.

Será possível forçar alguém a se tornar um artista? Com esta indagação, trazemos à lume a figura de Karl van Beethoven (1806 – 1856), filho de Carl Beethoven (irmão de Beethoven) e Johanna. Karl era o único descendente dos três irmãos van Beethoven – Ludwig, Kaspar Anton Carl (compositor, historiador e músico) e Nicolaus Johann (farmacêutico) – portanto, o único Beethoven da próxima geração. Dessa forma, Beethoven viu em Karl a ponte que levaria adiante o ilustre nome musical. Como guardião oficial de seu sobrinho, proporcionou-lhe os melhores professores de música da Viena culta e cosmopolita. Karl, apesar de talentoso para a música, não correspondeu as esperanças do tio e realizou sua escolha profissional ao estudar Filologia na Universidade de Viena em 1824. Com o passar dos anos, passou a seguir a carreira militar.

No final da década de 1790, Beethoven começou a perder a audição e durante algum tempo, continuou a compor e a se apresentar em teatros e recitais. A perda de audição evoluiu e em 1819, já estava completamente surdo. Daí por diante, não se apresentou mais em público, dedicando a maior parte de sua energia a compor, seguindo o seu ritmo cardíaco (compasso musical).

Nos últimos anos de vida, criou obras mais longas e mais complexas, entre elas a nona sinfonia. Em 07 de maio de 1824, ao complementar uma de suas obras-primas, ocorreu a primeira apresentação de sua 9ª Sinfonia (em ré menor, Op, 125, Coral) com grande sucesso –  apesar de não conseguir mais ouvir a música.

A apresentação foi no Teatro da Corte Imperial e Real de Viena, Kärntnertortheater, na capital do Império Austríaco (1804 – 1867). Na aguardada e festiva ocasião realizada em casa cheia e ocupada pela nobreza e elite local, iluminados pelos mais belos lustres ornamentados pelos cristais da Boêmia, que contou possivelmente com a firme presença do Cardeal de Habsburgo-Lorena, Rodolfo João José Rainier (1788 – 1831), protetor de Beethoven e filho mais novo do imperador Leopoldo II e de Maria Luisa da Espanha.

A apresentação, que atravessou dias tensos antes de sua realização, contou com a presença de Beethoven, já surdo, em local especial ao palco. Contudo, a regência coube ao maestro Michael Umlauf (1781 – 1842), diretor musical do teatro que conduziu seus músicos, cantores e imenso coral em um desempenho memorável e apoteótico, particularmente quando os cantores se uniram aos instrumentos e ao coro ao longo do 4º ato – Ode à Alegria. Foi o primeiro exemplo de um compositor importante que tenha utilizado a voz humana com o mesmo destaque que os instrumentos numa sinfonia, criando assim uma obra de grande alcance que deu o tom para a forma sinfônica que viria a ser adotada pelos compositores românticos. Ao final, aplausos mil vindos de uma plateia em êxtase, que gritava: “brilhante, celestial, nos aproximou de Deus, bravo, bravo, bravo”.

O compositor Ludwig van Beethoven criou algumas das obras de maior influência na história musical. Ele transformou a música clássica ocidental estabelecendo novos padrões para sinfonias ao compor obras mais longas que serviam para expressar ideias importantes e sentimentos profundos, e não apenas para divertir. Seus trabalhos compreendem nove sinfonias, uma ópera e muitas peças musicais para pequenos grupos e instrumentos solistas, particularmente o piano.

Ludwig van Beethoven morreu em Viena no dia 26 de março de 1827, aos cinquenta e seis anos após atravessar a vida dialogando com o pai eterno. Segundo ele mesmo diria por muitas vezes: “a música é o idioma de Deus” e que Ele enchia sua mente com música. Beethoven executava um grande e complexo diálogo mental com o criador, cheio de cobranças e lamúrias. Beethoven dizia ainda que: “junto com o dom musical, recebi o direito de julgar e não ser julgado; para isso, me tirou a audição”. Ao compor a “Grande fuga, Op. 133”, uma de suas últimas composições, deixou este Mundo, mas sua música chegou ao nosso tempo e se tornou inspiração para outros compositores. Amado pela boa musica, que de forma tão esplendorosa soube nos legar, Beethoven não atravessou a vida imune aos fracassos naturais e às interpretações mais diversas sobre sua psique de um ego inflado. Muitos disseram ser ele um católico remisso, quase excomungado pela igreja, um blasfemo, um herege embriagado e um velho arrogante. O artista é um ser observado por todos, o que advém de sua autoconfiança.

Hoje vivemos em um Mundo de potencial criativo surpreendente ao sermos bombardeados com um número cada vez maior de informações, pois ao tomar conhecimento dos 250 anos do músico, parti para a realização dessa escrita e o trabalho artístico visual sobre o músico.

Assim sendo, anexei ao texto cinco retratos digitais de Beethoven, nos quais me lancei a interpretar um pouco da personalidade do artista, conhecidas através de filmes e leituras ao longo dessa pesquisa. A mostra foi alcançada por meio da composição de cindo retratos de Beethoven nos quais trabalhei associando sua imagem sempre imponente (ego elevado) com suas facetas de vida – o homem que se utilizou do “(In) Consciente” em suas obras e seguiu ainda o compasso de seu coração para compor, após total surdez, trazendo uma nova luz para o composição musical.

Conheça mais sobre o artista Francisco Ivo através das redes sociais da Mostra 8 de Maio/2020 – Fórum das Artes Visuais do Ceará (Facebook e Instagram: @forumdasartesvisuais).

 

IVO 1Francisco Ivo – (in) consciente – 2020

IVO 2Francisco Ivo – Compasso – 2020

IVO 3Francisco Ivo – Ego – 2020

IVO 4Francisco Ivo – Luzes – 2020

IVO 5Francisco Ivo – Trabalhador – 2020

JUAREZ LEITÃO – “JOSÉ ALCIDES PINTO E AS FÚRIAS DO ORÁCULO”

J. Alcides 3

SOBRE FÚRIAS DO ORÁCULO

Juarez Leitão

“Eu sou eu. íntegro e inviolável dentro de mim mesmo./O que não se descobre”. Estes versos, de José Alcides Pinto, definem o caráter de sua escritura, marcada por essa unidade de encantamento e morbidez, extraída do barro úmido de sua alma, onde florescem o exótico e o místico, e pelo desafio desabusado quase lança a quantos se arrisquem decifrá-lo.

Ninguém sabe atém que ponto o poeta estira o dilema psicológico que o possui e que usa genialmente em seu impulso criativo, mas se vê que assume claramente o conceito grego do predestinado, como um resoluto criador de mundos, no desfile sombrio de sua solidão.

Assim, esguio como uma pintura de Modigliani, vive do ofício de inventar, na terra das insânias, dos condenados da paixão, dos filhos da dor e do medo. suas histórias e cantigas, armadas sobre o lado cinzento da vida, afirma-se na densa maravilha da condição humana, em todas as suas ambiguidades e contradições.

Com a mesma espantosa profundidade, José Alcides Pinto trata dos reflexos corriqueiros do cotidiano e dos grandes mistérios humanos. O confronto constante entre o real e o fantástico alimenta a peripécia de suas personagens, entre as quais ele figura como o mais estranho e singular protagonista.

A loucura em suas mãos e se torna elemento natural. É o barro da louça ficcional, que, moldado com desvelo e arte, transforma os que poderiam estar confinados como pesos-mortos em agentes principais da ordem e da desordem humana.

Trabalha com o processo da culpa e do remorso – essa sensação transfiguradora que costuma enredar o homem por labirintos soturnos e nos mergulhos do lodo – quando procura repartir o espólio da imensa dor eterna dos condenados.

Este livro, Fúrias do Oráculo, organizado e comentado por Floriano Martins, é um retrato do desempenho literário de José Alcides Pinto. Outros já se fizeram e certamente outros virão depois. É que estamos diante de um dos maiores escritores cearenses de todos os tempos. Um verdadeiro criador, que escapou das areias movediças da fala banal para fincar os pés com segurança na grandeza temporal. Seu texto é de altiva autoconsciência e obtém os resultados seguros de sua intenção. É simples e original, não fruto da facilidade ornamental ou, por outro lado, do pedantismo da alta cultura dependente dos jargões de escolas e estilos de época. Tem uma assinatura e estilo pessoal. Na maneira como se dá para as coisas, como cria, instala e se relaciona com seu mundo interior e com o que pode nos mostrar desse mundo. José Alcides Pinto é uma marca de ferro impressa em fogo na anca da História.

Vejam este livro e se ainda não o fizeram descubram José Alcides Pinto. Ele é pleno em todas as dimensões. Lúdico ou taciturno, piedoso ou maldito, irresistivelmente arrebatado de paixão, lírico e sensual, sádico, terrível, demoníaco, embebedado de volúpia, produz retratos da vida que são realmente vividos e vitais, não essa coisa insípida e conceitual das abstrações sociológicas. José Alcides Pinto corta com mão hábil e afiada navalha a carne vermelha da vida, puxa as vísceras e enforca a moral judaico-cristã ocidental nas tripas do diabo.

Seus versos e seus romances debatem as rudes contradições da natureza humana, onde ele se alarga, na interpelação dos valores subjacentes, a euforia, o desejo, a dúvida e a contrafação da miséria, armando teias interpostas de impossibilidades, sem apagar, porém, a eterna necessidade das promessas.

São constantes em sua obra os momentos em que, desamparado na dor e na saudade, resvala para a elegia, cumprindo o destino dos tristes no capricho dos absolutos, e é aí que cresce, glosando com fina ironia a própria angústia, linha e pano de seus melhores momentos de criação.

Refratário aos mistérios e enigmas do encantado, em atração constante pelo mito, pela magia, pelo difuso, pela penumbra da inconsciência, possui a grande ciência do texto lírico, belo, inovador e ousado. Travestido de compadre do diabo, é, entretanto, um romeiro devoto, capaz de fazer promessas e vestir o balandrau do Pobrezinho de Assis. Finge regar os caminhos de Satã para vencê-lo de tocaia e ganhar as graças de Deus.

Solitário e arredio às confrarias literárias, possui poucos e sinceros amigos. Mas é extremamente generoso com aqueles em quem percebe a vocação para a Literatura. Acredita nas novas gerações, investe às vezes em  poetas titubeantes, com muita esperança e uma paciência de santo. Acredita. Seu orçamento onírico é infinito.

É um homem cheio de riquezas e muito pobre de bens. Nunca mediu barreiras ou calculou os custos de sua aventura individual. Sua única medida é o prazer do salto e a vertigem do voo. Constrói-se, como diz, na contradição de si mesmo. É um saltimbanco, um mágico manipulador de faíscas nesse arame esticado de inconstâncias.

Certa noite nos reuniu em sua casa da Rua Rodrigues Júnior para inaugurar um piano. Um instrumento lindo, que havia comprado na loja Mesbla sem a menor condição de pagá-lo. Não importava a nós esse detalhe medíocre: o piano estava ali, na sala do Zé Alcides, e érea um ícone, um totem, um símbolo solene da arte. Nenhum dos jovens e embebedados amigos de Alcides sabia tocar piano, mas todos passavam a mão no móvel preto e reluzente, como fazem os muçulmanos com a Caaba, a pedra negra do centro de Meca, para expiar os pecados. E voltamos daquela estranha noite leves, felizes e saciados de ternura e paz, e pelas ruas de nossa euforia bradávamos poemas sobre o piano do Zé Alcides. O piano, naturalmente, foi devolvido à loja: já cumprira sua missão.

A grandeza de José Alcides Pinto resulta de sua autenticidade. O poeta é verdadeiro quando reza ou até quando mente. Põe-se diante da vida como rebelde porque conseguiu ser original, singular. Ivan Junqueira afirma que José Alcides Pinto, tanto do ponto de vista estético, quanto do ângulo existencial, escolheu a transgressão como deusa e musa. Mas completa sua definição dizendo que o nosso poeta, a exemplo do louco de Chesterton, perdeu tudo, menos a razão.

Este é o homem e o literato que eu pude descobrir nesses anos de convivência e admiração. Um cearense que, como Homero, conseguiu, com as lendas e mitos de sua gleba, dar uma dimensão cósmica à sua arte. Um cantador da ribeira do Rio Acaraú, que, arrebatado de paixão, nutriu-se dos valores essenciais de seu povo, abraçou e espalhou-se pelo chão do mundo, extraindo do tempo e do sonho as cordas sonoras de seu verde delírio. Proferiu maldições (contra a incompetência dos presunçosos e a arrogância dos tiranos), nunca foi um MALDITO. E será para sempre BENDITO. BENDITO, LOUVADO SEJAS, POETA ZÉ ALCIDES pelo rio que te banhou. Bendito o ventre que te pariu.

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Juarez Fernandes Leitão (Novo Oriente, 11 de março de 1948), é professorpoetaescritor e político brasileiro, membro da Academia Cearense de Letras.

É filho de João Fernandes de Oliveira e de Maria Soares Cavalcante Leitão. Estudou nos Seminários de Sobral e de Fortaleza e, após desistir da carreira eclesiástica, cursou três anos da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará.

Bacharelou-se em História e Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará, em 1976. Seguiu o magistério como professor de História nos Colégios Lourenço Filho, Farias Brito, Batista, Colégio 7 de Setembro e cursos pré-vestibulares, bem como, de Filosofia, Sociologia e Visão do Mundo Contemporâneo.

Na esfera política foi vereador de Fortaleza em duas legislaturas, suplente de senador e assessor político da Assembleia Legislativa do Ceará e da Câmara Municipal de Fortaleza. Participou de vários grupos literários no estado do Ceará.

Foi membro do Conselho Estadual de Cultura. Poeta, cronista, conferencista e historiador com várias obras publicadas, ingressou na Academia Cearense de Letras no dia 14 de março de 1996, tendo sido saudado pelo acadêmico Teoberto Landim. Ocupa a vaga deixada por Mozart Soriano Aderaldo, cadeira número 19, cujo patrono é José Albano. É membro da Academia Cearense de Retórica, União Brasileira de TrovadoresUnião Brasileira de Escritores e Academia Fortalezense de Letras.

Resultado de imagem para Desastre às 13h e 30 min". ln: As Tágides, de José Alcides Pinto"

José Alcides Pinto (Santana do Acaraú10 de setembro de 1923 – Fortaleza2 de junho de 2008) foi um jornalista, poeta e escritor brasileiro

Era filho de um capitão de tropa de cigano e de uma descendente dos índios Tremembés. Formou-se em Jornalismo pela Faculdade Nacional de Filosofia da antiga Universidade do Brasil e em Biblioteconomia pela Biblioteca Nacional. Colaborou com suplementos literários de diversos jornais, como Diário CariocaO JornalDiário de NotíciasCorreio da Manhã e a revista Leitura. Organizou para os irmãos Pongetti duas antologias de novos poetas brasileiros, em 1950 e 1951. Pouco depois, em 1956, fundou no Ceará uma sucursal do movimento concretista.

Recebeu em 1969 o Prêmio José de Alencar da Universidade Federal do Ceará na categoria Romance e Conto, além do Prêmio Categoria Especial para Conto da Prefeitura Municipal de Fortaleza, em 1970. Lhe foi outorgado também o Prêmio Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras pelo conjunto da sua obra, em 2008. Morreu atropelado por uma motocicleta, em Fortaleza[4]. Deixou uma obra de mais de 50 livros[5].

Sobre o autor e sua obra existe uma farta bibliografia, enumerando-se entre esses livros: A Face do Enigma – José Alcides Pinto e Sua Escritura Literária (Fortaleza: Instituto da Gravura do Ceará, 2002), de autoria de Dimas Macedo.

(Túlio Monteiro)

Túlio Monteiro – Escritor, biógrafo, historiador e crítico literário. Graduado em Letras pela Universidade Federal do Ceará – UFC. Grau de Especialização em Literatura e Investigação Literária, também pela Universidade Federal do Ceará  –  UFC, com a monografia: Intertextualidade e Fluxo da Consciência na Obra de Graciliano Ramos Orientadora: Professora Doutora Vera Lúcia Albuquerque de Moraes.

Membro efetivo da Academia Internacional de Literatura Brasileira – AILB – Cadeira de número 246 – Com sede em Nova York –  Estados Unidos da América.

Autor dos livros

Agosto em Plenilúnio Poesias 1995 –  Imprensa Universitária da Universidade Federal do Ceará.

Lopes Filho e a Padaria Espiritual  –  2000  –  Biografia  – Coleção Terra Bárbara  – Edições Demócrito Rocha  – Jornal O Povo.

Sinhá D’Amora, Primeira-Dama das Artes Plásticas do Brasil  –  Biografia  – 2002  – Coleção Terra Bárbara  –  Edições Demócrito Rocha  – Jornal O Povo.

Antologia de Contos Cearenses  – 2004 – Organizador  – Coleção Terra da Luz  – Imprensa Universitária da Universidade Federal do Ceará  – UFC, em parceria com a Fundação de Esportes, Cultura e Turismo de Fortaleza  –   FUNCET  – Prefeitura Municipal de Fortaleza  –   Ceará.

Dois dedos de prosa com Graciliano Ramos  –  Contos  –  2006  – Coleção Literatura Hoje  –  Imprensa Universitária da Universidade Federal do Ceará  – UFC.

Sonhos e Vitórias – A História de João Gonçalves Primo  – Biografia  – 2007  – Em parceria com o Poeta, Escritor, Historiador e Biógrafo Juarez Leitão  – Premius Editora.

Cajueiro Botador  – Infanto-Juvenil  –  2008  – Coleção Paic  – Secretaria de Educação do do Estado do Ceará   –   SEDUC   –   Governo do Estado do Ceará.

Participação na Coletânea 100 Sonetos de 100 Poetas, com o soneto E há pó de Estrelas pelas estradas  –Editada pelo Instituto Horácio Dídimo, Arte, Cultura e Espiritualidade –  2019 – Vencedora do Troféu Literatura 2020, da XIII bienal do Livro do Ceará – Prêmio concedido pela ZL Books.

Participação na Coletânea do Álbum Fortaleza Ilustrada, com a crônica No aniversário de um padeiro espiritual – Edições Demócrito Rocha – Jornal O Povo – Fortaleza – 2021.

Participação na Coletânea As novas Historinhas do Mestre Jabuti – inspiradas no livro As Historinhas do Mestre Jabuti, do escritor cearense Horácio Dídimo, com o texto “Mestre Horácio Dídimo e o carrinho voador” – Editada pelo Instituto Horácio Dídimo, Arte, Cultura e Espiritualidade  –  2021. 

Premiação

Vencedor do 2.º Prêmio Ideal Clube de Literatura – A Hora e a Vez dos Nossos Cronistas – Com a crônica “Dois dedos de prosa com Graciliano Ramos” – Fortaleza – Ceará – 1999.

Assessoria Técnica e Cotejamento do Texto Original

24º Cine Ceará – Prêmio de Melhor Produção Cearense para o curta-metragem “Joaquim Bralhador”, adaptação do conto homônimo do livro Joaquinho Gato, do escritor cearense Juarez Barroso – Dirigido pelo cineasta Márcio Câmara  –  2014.

TOTONHO LAPROVITERA – “ARTE EM MINHAS TEIAS… ARDE EM MINHAS VEIAS…”

Totonho Laprovitera(Totonho Laprovitera)

Totonho 1Dezessete Iracemas – 2020 – AST – 40 x 50 cm.

Totonho 2Xô, covid19! – 2020 – Acrílica sobre papel – 29,7 x 42 cm.

Totonho 12 Sete Iracemas – 2020 – AST – 40 x 50 cm.

Totonho 4 Ave, sorriso – 2020 – Posca sobre papel – 21 x 29,7 cm.

Totonho 3Constelações da Fé Nordestina, Padre Cícero – 2019 – Acrílica s/ madeira, c/ aplicação de espinhos de mandacaru e colagem de impresso, miçangas e rendas – 45 x 60,5 cm.

Totonho 8 Constelações da Fé Nordestina, São Francisco das Chagas – 2019 – Acrílica s/ madeira, c/ aplicação de espinhos de mandacaru e colagem de impresso, miçangas e rendas – 45 x 60,5 cm.

Totonho 5Ave sobre amarelo – 2015 – AST – 95 x 135 cm.

Totonho 6Lampião em 1929 – 2007 – AST – 80 x 80 cm.

Totonho 7Lampião e Maria Bonita em 1936 – 2007 – AST – 80 x 80 cm.

Totonho Laprovitera (Francisco Antonio Laprovitera Teixeira, 1957) fez-se notar nas artes visuais desde 1974, quando participou de sua primeira exposição na Casa de Cultura Raimundo Cela, em Fortaleza-CE.

No início de sua trajetória tomou parte de prestigiadas exposições coletivas. Ilustrou importantes publicações literárias na imprensa nordestina. Em 1977, como aluno do Curso de Arquitetura e Urbanismo, foi bolsista por quatro anos da Bolsa/Trabalho/Arte da Funarte/UFC. No circuito artístico universitário, recebeu seu primeiro prêmio em salão e realizou sua primeira exposição individual.

Após 1982, desenvolveu-se na técnica da pintura e desde então realiza exposições individualmente ou em parcerias pelo Brasil. Em 2001 fez, a convite da Embaixada do Brasil na França, a exposição individual Laprovitera à Paris, no Espaço Cultural Jorge Amado na sede da embaixada em Paris. Em 2005, conquistou o primeiro prêmio da XIII Unifor Plástica 2005, na Universidade de Fortaleza, na categoria gravura. Em 2006, foi homenageado pelo Centro Cultural Oboé, como um dos artistas que mais se destacou nas Artes Plásticas do Ceará. Em 2005, realizou a exposição individual Laprovitera em Lisboa, na Casa da América Latina e representou o Ceará na coletiva Artistas Brasileiros 2006, no Salão Negro do Senado Federal, em Brasília.

Desde 2012 ocupa a cadeira de No. 16 da Academia Cearense de Artes – ACA.

Cearense de Fortaleza, Laprovitera é artista múltiplo, arquiteto e urbanista.

 

Principais Exposições Individuais

  1. Totonho Laprovitera Expõe, Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-CE, 1980;
  2. A Cidade como Extensão do Corpo, espaço público da Avenida Beira Mar, Fortaleza-CE, 1982;
  3. O Inconsciente Revisitado, Salão de Atos da Universidade Estadual do Vale do Acaraú, Sobral-CE, 1993;
  4. Arte! Arte em Minhas Teias… Arde em Minhas Veias…, Portobello Shop, Fortaleza-CE, 2000;
  5. Laprovitera à Paris, Ambassade du Brésil, Espace Culturel Jorge Amado, Paris, França, 2001;
  6. Laprovitera em Lisboa, Casa da América Latina, Lisboa, Portugal, 2006;
  7. Musas, Ideal Clube, Fortaleza-CE, 2006;
  8. Laprovitera em Guaramiranga, Villa Lautrec Restaurant, Guaramiranga-CE, 2007;
  9. Cangaço, Universidade de Fortaleza, Fortaleza-CE, 2007;
  10. Amigos, Teatro Gustavo Leite, Centro Cultural e de Exposições de Maceió, Maceió-AL, 2007;
  11. Vitae, sede do Tribunal Regional do Trabalho do Ceará e Fórum Autran Nunes, Fortaleza-CE, 2010;
  12. Gestual, Ideal Clube, Fortaleza-CE, 2012;
  13. Femínea, Galeria Ouvidor, Fortaleza-CE, 2015;
  14. Eu Somos Nós, Centro Cultural Ana Amélia, Hotel Sonata de Iracema, Fortaleza-CE, 2019.

 

Principais Exposições Coletivas

  1. Coletiva de Artistas Cearenses, Casa de Cultura Raimundo Cela, Fortaleza-CE, 1974;
  2. Unifor Plástica 74, Universidade de Fortaleza, Fortaleza-CE, 1974;
  3. Massafeira Livre, Theatro José de Alencar, Fortaleza-CE, 1979;
  4. Salão Universitário Cearense de Artes Plásticas, Museu de Arte da UFC – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-CE (2o. Prêmio), 1981;
  5. Salão De Abril – 50 Anos, Museu de Arte da UFC, Fortaleza-CE, 1992;
  6. Arquitetos – Artistas Plásticos – XIV Congresso Brasileiro de Arquitetos, IBEU-CE Art Gallery, Fortaleza-CE, 1994;
  7. 4 Artistas Cearenses – Raimundo Fagner, Ricardo Bezerra, Wiron Batista e Laprovitera, Fundação Cultural Capitania das Artes, Natal-RN, 1995;
  8. 3 Amigos – Raimundo Fagner, Laprovitera e Wiron Batista, Caesar Park Hotel, Museu do Ceará e Galeria Ramos Cotoco, Fortaleza-CE, 1995;
  9. Aldemir Martins Convida Raimundo Fagner e Laprovitera, Caesar Park Hotel, Fortaleza-CE, 1997;
  10. Raimundo Fagner, Siron Franco, Aldemir Martins e Laprovitera, Espaço Cultural da Câmara dos Deputados, Brasília-DF, 1997;
  11. Ceará à Mão Livre, Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Fortaleza-CE, 1997;
  12. Inauguração da Casa da Cultura de Sobral, Canto de Tela – Belchior, Laprovitera, Raimundo Fagner – Homenageiam Raimundo Cela, Sobral-CE, 1998;
  13. Navegarte (idealização e participação), regata com pinturas nas velas das jangadas, Praia de Aquiraz-CE, 2001;
  14. Minha Amante, Fortaleza – Raimundo Fagner, Sócrates Brasileiro, Tereza Ranier, Totonho Laprovitera e Tullio Santini Júnior, Edifício Fortaleza, Ribeirão Preto-SP, 2004;
  15. XIII Unifor Plástica 2005, Universidade de Fortaleza, Fortaleza-CE (1o Prêmio na Categoria Gravura), 2005;
  16. Exposição Destaques 2005, Centro Cultural Oboé, Fortaleza-CE, 2006;
  17. Artistas Brasileiros 2006, Salão Negro do Senado Federal, Brasília-DF, 2006;
  18. Intercomunicar-se, Galeria Vicente Leite, Fortaleza-CE, 2007;
  19. XIV Unifor Plástica 2007, Fortaleza-CE, 2007;
  20. Amigos em Ação 2008, Gran Marquise Hotel, Fortaleza-CE, 2008;
  21. Amigos em Ação 2009, Gran Marquise Hotel, Fortaleza-CE, 2009;
  22. Copa com Arte, Galeria Vicente Leite, Fortaleza-CE, 2010;
  23. Ceará em Cor – Exposição de Artes Plásticas, espaço cultural da Casa Cor Ceará 2010, Fortaleza-CE, 2010;
  24. Amigos em Ação 2010, Galeria Casa D’Arte, Fortaleza-CE, 2010;
  25. Amigos em Ação 2010, Gran Marquise Hotel, Fortaleza-CE, 2011;
  26. Coletiva inaugural da Artequattro, Galeria Ouvidor, Fortaleza-CE, 2015;
  27. Coletiva inaugural da Galeria INK, Shopping Rio Mar, Fortaleza-CE, 2015;
  28. Percursos, Galeria Vicente Leite, Fortaleza-CE, 2016;
  29. VIII Exposição Coletiva de Obras de Artes Amigos em Ação, Galeria de Artes Palácio da Abolição, Fortaleza-CE, 2016;
  30. IX Exposição Coletiva de Obras de Artes Amigos em Ação, CDL de Fortaleza – Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza, , Fortaleza-CE, 2017;
  31. Diversidades, Galeria Vicente Leite, Fortaleza-CE, 2018;
  32. Grandes Coleções – Projeto Felicidade, Salão Marc Chagall, Associação Brasileira a Hebraica de São Paulo, São Paulo-SP, 2019;
  33. Interseção – Arte, Arquitetura, UFC, Museu de Arte da UFC, Fortaleza-CE, 2020.

 

Principais Inclusões em Acervos

  1. Aeroporto Internacional Pinto Martins, Fortaleza-CE;
  2. Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, Fortaleza-CE;
  3. BP – British Petroleum, Rio de Janeiro-RJ;
  4. Câmara dos Deputados, Brasília-DF;
  5. Casa da América Latina, Lisboa-Portugal;
  6. Casa da Cultura de Sobral, Sobral-CE;
  7. Coleção Arthur Vicintin, São Paulo-SP;
  8. Coleção Jones Bergamin, São Paulo-SP;
  9. Coleção Lilibeth Monteiro de Carvalho;
  10. Coleção Otávio Queiroz, Fortaleza-CE;
  11. Coleção Silvio Frota, Fortaleza-CE;
  12. FIEC – Federação das Indústrias do Estado do Ceará, Fortaleza-CE;
  13. Framtids Jordem, Estocolmo-Suécia;
  14. Fundação Edson Queiroz, Fortaleza-CE;
  15. MAUC – Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-CE;
  16. Prefeitura Municipal de Sobral, Sobral-CE;
  17. Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará, Fortaleza-CE;
  18. Tribunal de Contas do Estado do Ceará, Fortaleza-CE;
  19. Universidade de Fortaleza, Fortaleza-CE;
  20. Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-CE.

 

Principais participações em publicações literárias

  1. Ilustra o livro Carne de Pescoço de Zé Ramalho, Rio de Janeiro-RJ, 1982;
  2. Cria a capa do livro Amálgama, de Aila Sampaio, Fortaleza-CE, 1991;
  3. Publica, cria capa e ilustra seu livro Valder Césio – histórias de um boêmio, Fortaleza-CE, 1995;
  4. Cria a capa do livro Vitral com Pássaros de Luciano Maia, Fortaleza-CE, 2002;
  5. Cria a capa do livro Conto Maior, Melhor, de João Germano Ponte, Recife-PE, 2007;
  6. Cria a capa do livro Os Fantásticos Mistérios de Lygia, de Aíla Sampaio, Fortaleza-CE, 2009;
  7. Cria a capa do livro Distorções do Poder, de Djalma Pinto, Rio de Janeiro-RJ, 2011;
  8. Cria a capa do livro O Despertar do Equilíbrio, de Renata Passos, Fortaleza-CE, 2011;
  9. Cria a capa do livro Pequenas Eternidades, de Zeca Lemos, Fortaleza-CE, 2016;
  10. Ilustra a capa do livro A Literatura Cearense Através de Ensaios, de Carlos Augusto Viana, Fortaleza-CE, 2018;
  11. Cria a capa do livro Literatura Cearense, de Aíla Sampaio, Fortaleza-CE, 2019.

Diversos

  1. Participa do Programa Bolsa-Trabalho/Arte da UFC – Funarte – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-CE, 1979/1982.
  2. Conclui o Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-CE, 1983;
  3. Cria escultura em concreto situada no Centro de Esportes e Lazer César Cals Neto, Bosque Eudoro Corrêa, Fortaleza-CE, 1984;
  4. Participa de painel na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, Fortaleza-CE, 1997;
  5. É citado no CD-Rom Multimídia Aldemir Martins, Vida e Obra, Fortaleza-CE, 1998;
  6. Participa de painel no Aeroporto Internacional Pinto Martins, Fortaleza-CE, 1998;
  7. É citado no site do Centro Cultural Itaú, 1999;
  8. Participa de painel para a Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza, Fortaleza-CE, 1999;
  9. Ministra o Curso Oficina de Pintura “Dendê: quem te viu, quem te vê”, Universidade de Fortaleza, Fortaleza-CE, 2006;
  10. Inaugura o projeto cultural “Donna da arte”, com painel artístico reproduzido de pintura e texto de sua autoria. Fachada do Donna Pasta & Chopp, Fortaleza-CE, 2008;
  11. Ocupa a cadeira de N°16 da Academia Cearense de Artes Plásticas – ACAP, Fortaleza-CE, 2012;
  12. Torna-se Membro da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo, Fortaleza-CE, 2015;
  13. Integra a curadoria do Museu Orgânico Fortaleza, da Prefeitura Municipal de Fortaleza, 2018;
  14. Participa do catálogo da coleção da Fundação Edson Queiroz, Fortaleza-CE, 2018;

Recria novo design da campanha Doe de Coração, realizada pela Fundação Edson Queiroz, Fortaleza-CE, 2019.

ESCUDO – Dimas Macedo

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(Dimas Macedo)
ESCUDO
Deus mudou de residência
quando eu o procurei no meu corpo.
Eu o quis novamente no cérebro
e ele já se havia plantado na alma.
Ele tinha sossegado o meu busto.
Ele fazia escrituras nos dedos
e acariciava os meus olhos
que viviam completamente tontos de enganos.
As minhas miragens morriam
quando ele chegou muito perto e me disse:
a luz é a que fica gravada na memória,
e o sol é o que nasce brilhando a cada dia,
pois a tua honra e a tua lâmina,
pois a tua glória e o teu escudo
são essas rugas de paz
e essas dálias brancas
e essas tardes mágicas
e essas plantas nobres
que se deixam cair na correnteza.
E Deus já se havia chegado
por entre os fios do sonho
e se havia anunciado leve
como as espumas e os cristais de rocha,
mas ainda não se havia desnudo,
porque as marcas ficam na alma,
porque o vórtice e as vértebras
às vezes me levam para a morte.
Mas a luz de Deus chegou
para ficar dançando no silêncio
e o silêncio
para ficar gravado nas palavras
e as palavras para serem
faladas para o próximo,
porque no próximo o instante,
porque no próximo o quadrante
e as sarças de fogo da espera.
O amor não se compraz no pranto.
A alma é como a música do bosque.
Porque maduro e belo é o encanto
dos que se vão serenos pela vida.
E Deus mudou de residência na mente.
E ficou comigo na frente do espelho.
Deus e suas vestes toscas de cambraia.
A carregar nos braços minha sombra
e a carregar a nuvem dos meus passos.
A me vestir de linho na varanda.
A me jogar confete no espírito.
A me fazer escravo do seu jogo.
A me dizer que o mundo é uma festa
quando se tem a paz e a dor é branda.
Quando se vive sozinho no deserto
buscando o amor / sentindo a esperança.
(Dimas Macedo)

Dimas Macedo (Lavras da Mangabeira, 14 de setembro de 1956) é advogadoprofessor e escritor brasileiro, membro da Academia Cearense de Letras.

Filho de José Zito Macedo (Zito Lobo, poeta) e Maria Eliete de Macedo. Estudou em sua cidade natal (Grupo Escolar Filgueiras Lima e Colégio São Vicente Ferrer) e em Fortaleza (Colégios Joaquim Albano e João Hipólito de Azevedo e Sá). Bacharel em Direito pela Universidade de Fortaleza (agosto de 1981). Mestre em Direito pela Universidade Federal do Ceará (1987), e Livre-Docente em Direito Constitucional (2012).

Foi professor de Direito Constitucional e Chefe do Departamento de Direito da UNIFOR. Professor de Direito Constitucional da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará. É Procurador do Estado do Ceará.

Como escritor, pesquisador e jornalista, tem artigos culturais e científicos publicados em jornais e revistas nacionais, destacando-se, no Ceará, como articulista dos jornais O PovoTribuna do Ceará e Diário do Nordeste.

Ensaísta e crítico literário, integra o conselho editorial de vários jornais e revistas culturais. Poeta, cuja poesia apresenta uma acentuada tonalidade lírica e telúrica; muitos dos seus poemas e textos literários foram vertidos para o inglês e espanhol e publicados em PortugalEspanhaInglaterraArgentina e Estados Unidos.

Ingressou na Academia Cearense de Letras no dia 19 de outubro de 1989, aos 32 anos, ocasião em que foi saudado pelo acadêmico Sânzio de Azevedo. Ocupa a vaga deixada pelo poeta José Valdivino de Carvalho, cujo patrono é o historiador Guilherme Studart (Barão de Studart). Participou da diretoria da ACL como secretário e membro do conselho fiscal. Participa também da Associação Brasileira de Bibliófilos.

Como constitucionalista, é autor de diversos livros publicados por grandes editoras do Brasil.

Para ler a biografia completa de Dimas Macedo acesse:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Dimas_Macedo

Obras

  • A Distância de Todas as Coisas (1980),
  • Lavrenses Ilustres (1981)),
  • Leitura e Conjuntura (1984),
  • Ensaios de Teoria do Direito (1985; 7ª ed. 2019),[12]
  • O Discurso Constituinte (1987; 3ª ed. 2009)
  • A Metáfora do Sol, (1989),
  • Lavoura Úmida, (1990),
  • Ossos do Ofício(1992),
  • Estrela de Pedra, (1994),
  • Liturgia do Caos, (1996),
  • Tempo e Antítese, (1997),
  • Crítica Imperfeita, (2001),
  • A Face do Enigma, (2002),
  • Vozes do Silêncio, (2003),
  • Política e Constituição, (2003),
  • Crítica Dispersa, (2003),
  • Ensaios e Perfis, (2004),
  • A Letra e o Discurso, (2006),
  • Sintaxe do Desejo, (2006)
  • O Rumor e a Concha, (2008),
  • Crítica e Literatura (2008),
  • Estado de Direito e Constituição, (2010),
  • El Pensamiento Político de Paulo Bonavides, (2010),
  • A Brisa do Salgado (2011),
  • Afonso Banhos – Ensaios de Filosofia (2013),
  • Guadalupe, (2014),
  • Direito Constitucional (2015; 2ª ed. 2019),[13]
  • Resenhas e Perfis (2016),
  • Dona Fideralina Augusto – Mito e Realidade (2017),[14]
  • Codicírio (2018),

O BAR AVIÃO DE PARANGABA – PATRIMÔNIO HISTÓRICO DA CIDADE DE FORTALEZA

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(O prédio do Bar Avião ou Bávião, em foto provável dos anos 1940. Note-se o detalhe da bomba de gasolina entre as duas colunas. Arquivo Fortaleza Nobre)

No dia 23 de outubro de 1949, foi inaugurado, no bairro de Parangaba, o Bar Avião, na avenida João Pessoa, na entrada da rua 15 de Novembro n° 9. O prédio foi construído por Antônio de Paula Lemos, seu primeiro proprietário, que faleceu em 1958, ficando seu filho José Odacir Natalense Lemos à frente dos negócios.

De acordo com o radialista e pesquisador, Assis Lima, a construção do imóvel (não o estabelecimento) é anterior a 1945, sendo provavelmente de 1941. 

Antes da abertura do bar, em 1949, funcionava no local um posto de abastecimento de gasolina para carros. Tal posto era estratégico, pois ali iniciava a Porangaba (Parangaba), ficando próximo à estrada do Barro VermelhoParangaba (Atual Avenida João Pessoa), da Estrada de Genibaú (Atual Rua Carneiro de Mendonça) e da Estrada da Serrinha. Antes do bar e depois do posto de gasolina, havia uma pequena loja de conveniência, provavelmente de onde surgiu a ideia para o futuro Bar Avião, ou Bávião como também é conhecido.

De acordo com os moradores mais antigos, que tiveram o prazer de frequentar o lugar em seus tempos áureos, no andar superior ficavam as cadeiras e mesas para os clientes.

O nome teve como motivo a paixão do antigo dono pela aviação, e também por estar perto da antiga Base Aérea. Ali frequentaram grandes nomes da Imprensa do Ceará, principalmente os que sempre gostaram de aviões. Ainda hoje, o tráfego aéreo passa bem acima do Bar Avião, que atualmente está praticamente sob o viaduto do Metrofor, com seus VLT’s. E atualmente é um patrimônio do povo de Fortaleza e local para visitações. Um pedaço da história da cidade de Fortaleza da Segunda Grande Guerra Mundial. Suas coordenadas para internautas e aeroviários são 3°46’2″S 38°33’35″W. Está a quatro quilômetros do centro de Fortaleza e fica na fronteira dos bairros MonteseItaoca.

O bar foi tombado, em 2013, pela Prefeitura de Fortaleza como patrimônio material da Capital pelo Patrimônio Histórico e Cultural da Secretaria da Cultura de Fortaleza – Secultfor e agora conta com um mirante e uma pracinha. Todo o entorno foi revitalizado.

(Créditos: Pesquisas diversas na internet, Blog do Macário e Arquivo Nirez)

PRIMEIRA COCA-COLA

Fortaleza no pós Segunda Guerra Mundial assimilou muito hábito americano. Aqui e  na cidade de Natal por conta das suas posições geográficas foram instaladas bases aeronáuticas onde aviões eram abastecidos e seguiam para a África. Por este motivo em Fortaleza foram construídas duas pistas de pouso: Cocorote e Pici, bem como muitas instalações, prédios administrativos, angares, dormitórios e salões de lazer.

Tudo isso, quando finalizada a Guerra, em 1945, foi negociado com o governo brasileiro. A famosa compra de “sucata de guerra americana” comprada pelo Brasil no governo de Eurico Gaspar Dutra.

Parte das instalações foram utilizadas pela FAB, que ainda “engatinhava”, era uma arma do Exército. Já a Aeronáutica nasceu no pós-guerra, sendo sua principal atividade o Correio Aéreo Nacional que ajudou a integrar o território brasileiro.

A outra parte das instalações passou a funcionar a Aviação Civil. Aí é que entra a primeira vez que tomei Coca-Cola, pelo menos é quando lembro. Aliás se Coca-Cola fosse remédio menino não bebia.

O acesso para o Aeroporto que o nome oficial não lembro, o Miguel Nirez Azevedo sabe, chamado por todos de Cocorote (Expressão usada no Ceará para definir uma pancada leve na cabeça dada com a mão fechada; cascudo) era por Parangaba, Se dirigia pela Avenida João Pessoa e na passagem da linha férrea dobrava à esquerda até a entrada do Aeroporto, nessa encruzilhada foi construído o Bar Avião que por um “milagre” foi tombado e ainda hoje encontra-se lá.

Para quem ia esperar alguém era uma parada obrigatória, pois na sala de espera do Cocorote não tinha lanchonete e não se bebia nem água. Nessa época os aviões atrasavam muito, os familiares e amigos ficavam aguardando no Bar Avião quando ouviam o ronco dos motores dos aviões que chegavam ligeiro pagavam a conta e iam para o Aeroporto. Foi numa dessas esperas que tomei minha primeira Coca-Cola.

A aviação estava no início e por isso tudo muito precário, lembro que minha primeira viagem para o Rio de Janeiro, já nos aviões Constellation da Panair demorava o dia todo. Decolava-se às 7:00 h., fazia duas paradas técnicas: uma em Recife, onde se almoçava, e outra em Salvador, era para chegar no Santos Dumont – RJ às 17:00h, mas sempre atrasava. Parabenizo à família do fundado do Bar Avião, pois soube que seus familiares o mantém até hoje.

( Texto de João Otávio Lobo Neto – Todos os direitos reservados)

(Foto de Paulo Targino Moreira)

(Foto de Paulo Targino Moreira)

(Foto Gracinha Bezerra)

(Foto Thiago Gaspar)

 

Bar avião 4

Túlio Monteiro – Escritor, Professor, biógrafo, historiador e crítico literário, nascido em Fortaleza, Ceará, Brasil, aos 15 de outubro de 1964.

Graduado em Letras pela Universidade Federal do Ceará – UFC. Grau de Especialização em Literatura e Investigação Literária, também pela Universidade Federal do Ceará – UFC, com a monografia: Intertextualidade e Fluxo da Consciência na Obra de Graciliano Ramos Orientadora: Professora Doutora Vera Lúcia Albuquerque de Moraes.

Membro efetivo da ACADEMIA CEARENSE DE IMPRENSA – A.C.I. – Fortaleza – Ceará – Brasil.

Membro efetivo da ACADEMIA INTERNACIONAL DE LITERATURA BRASILEIRA – AILB  – Cadeira de número 246 – Com sede em Nova York –  Estados Unidos da América.

Membro efetivo da ACADEMIA CEARENSE DE LITERATURA POPULAR  – ACLP – Cadeira de número 30, cujo patrono é o Poeta e Jornalista Rogaciano Leite – Com sede na Casa de Juvenal Galeno – Fortaleza – Ceará – Brasil.

Diretor da Galeria de Artes Antônio Bandeira – FUNCET – Fundação de Cultura, Esportes e Turismo – Prefeitura Municipal de Fortaleza –Ceará – (2000 – 2004).

Diretor do Memorial Sinhá D’Amora – FUNCET – Fundação de Cultura, Esportes e Turismo – Prefeitura Municipal de Fortaleza – Ceará – (2002 – 2004).

COORDENADOR DO NÚCLEO DE LITERATURA DO “ESPAÇO CULTURAL CARMELITA E DIOGO FONTENELLLE” – Fortaleza – Ceará – Brasil – A partir de julho do 2023.

Cronista-colaborador do JORNAL CEARÁ ADMINISTRATIVO – CEARÁ. A partir de julho do 2023.

AUTOR DOS LIVROS

Agosto em Plenilúnio
Poesias 1995 Imprensa Universitária da Universidade Federal do Ceará – UFC.

Lopes Filho e a Padaria Espiritual – 2000 – Biografia – Coleção Terra Bárbara – Edições Demócrito Rocha – Jornal O Povo – Ceará.

Sinhá D’Amora, Primeira-Dama das Artes Plásticas do Brasil – Biografia – 2002 – Coleção Terra Bárbara – Edições Demócrito Rocha – Jornal O Povo – Ceará.

Antologia de Contos Cearenses (organizador) – Coleção Terra da Luz – 2004 – Fundação de Cultura Esporte e Turismo de Fortaleza – FUNCET – Prefeitura Municipal de Fortaleza

Dois dedos de prosa com Graciliano Ramos – Contos – 2006 – Coleção Literatura Hoje – Imprensa Universitária da Universidade Federal do Ceará  – UFC.

Sonhos e Vitórias – A História de João Gonçalves Primo – Biografia – 2007 – Em parceria com o Poeta, Escritor, Historiador e Biógrafo Juarez Leitão – Premius Editora – Ceará.

Cajueiro Botador – Infanto-Juvenil – 2008 – Coleção Paic – Secretaria de Educação do Estado doCeará   –   SEDUC   –   Governo do Estado do Ceará.

Participação na Coletânea 100 Sonetos de 100 Poetas, com o soneto E há pó de Estrelas pelas estradas – Editada pelo Instituto Horácio Dídimo, Arte, Cultura e Espiritualidade – 2019 – Vencedora do Troféu Literatura 2020, da XIII Bienal do Livro do Ceará – Prêmio concedido pela ZL Books.

Participação na Coletânea do Álbum Fortaleza Ilustrada, com a crônica No aniversário de um padeiro espiritual – Edições Demócrito Rocha – Jornal O Povo – Ceará – 2021.

Participação na Coletânea As novas Historinhas do Mestre Jabuti – inspiradas no livro As Historinhas do Mestre Jabuti, do escritor cearense Horácio Dídimo, com o texto “Mestre Horácio Dídimo e o carrinho voador” – Editada pelo Instituto Horácio Dídimo, Arte, Cultura e Espiritualidade – 2021.

Participação na coletânea Oratório Poético, com a crônica “Eu, Antônio Conselheiro”. Coletânea organizada pelo escritor Luciano Dídimo e editada através do Instituto Horácio Dídimo, Arte, Cultura e Espiritualidade. Lançada durante a XIV Bienal Internacional do Livro do Ceará – 2022.

Participação no XXII Prêmio Ideal Clube de LiteraturaPrêmio José Telles, com o poema “Ponte Metálica” – Fortaleza- Ceará – 2022.

PREMIAÇÕES

VENCEDOR do 2º PRÊMIO IDEAL CLUBE DELITERATURA – A HORA E A VEZ DOS NOSSOS CRONISTAS – Com a crônica “Dois dedos de prosa com Graciliano Ramos” – Fortaleza – Ceará – 1999.

VENCEDOR DO 10º FESTIVAL DE POESIA, CRÔNICA E CONTO DO GRUPO LITERÁRIO DE IMPERATRIZ – 1996.

2º E 3º LUGARES (POESIA) – VIII CONCURSO LITERÁRIO AMERICANO DO BRASIL – GOIÁS – BRASIL, Prefeitura de Goiás – Goiânia – 1994.

3º LUGAR – PRÊMIO DOMINGOS OLÍMPIO DE LITERATURA – SOBRAL – CEARÁ, SECRETARIA DE CULTURA DE SOBRAL – CEARÁ – 2004.

ASSESSORIA TÉCNICA E COTEJAMENTO DE
TEXTO ORIGINAL

24º CINE CEARÁ – Prêmio de Melhor Produção Cearense para o curta-metragem “Joaquim Bralhador”, adaptação do conto homônimo do livro Joaquinho Gato, do escritor cearense Juarez Barroso – Dirigido pelo cineasta Márcio Câmara – 2014.

O GERENTE DA PRINCESA DOS MÓVEIS, excerto do 9º capítulo do livro “O Bibliotecário dos deuses”, de Natalício Barroso

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(Natalício Barroso)

Natalício Barroso nasceu em Itapipoca 19/12/1957, Estado do Ceará – Fortaleza, Ceará (26-04-2022 .

Cursou as primeiras Letras. Em 1977, ingressou na Faculdade de Letras da UFC. Trabalhou no Instituto Municipal de Arte e Cultura – Rioarte – e na Fundação Biblioteca Nacional. Tem publicado, entre outras obras, Poemas de AbrilSintonia, O Velho Marinheiro, a Baia da Guanabara e a Triste Sina do ImperialO Capacete de AquilesA Vida Amorosa de Marco Polo, além de colaborar com artigos em jornais e revistas daqui e d’além mar. Estudou também na Universidade Federal do Rio de Janeiro e trabalhou na Fundação de Cultura, Esporte e Turismo de Fortaleza –  FUNCET – PMF – Ceará.

Poeta, Jornalista e Romancista, também é autor de livros sobre as Literaturas Grega e Latina como As Tralhas Gregas e Outras Tralhas publicado pela Editora Smile, O Livro dos Clássicos, editado pela Fundação Demócrito Rocha/Jornal O Povo e As Pirâmides do Egito e o Palpite do Ceará, editado pelo Instituto Episteme de Saúde, Educação e Cultura (1ª Edição), e pela Editora Chiado Books – Portugal (2ª Edição).

natalício livro

O GERENTE

(Texto extraído do romance O Bibliotecário dos Deuses, de Natalício Barroso com ilustrações de Álcio C. Barroso).

Edmilson havia saído do cemitério. Literalmente. Foi encontrado dormindo em cima de um túmulo. Perguntado o que fazia ali, disse que era a sua casa. Gostava de lugares como aqueles onde podia dormir à vontade sem ser incomodado por ninguém. Infelizmente havia dormido um pouco mais que o normal e foi encontrado por aquele coveiro que havia sido contratado por certa família para regar as plantas em torno daquele túmulo no qual Edmilson estava deitado.

O coveiro e o intruso conversam no Cemitério de Itapipoca

Acordado pelo coveiro, que também era jardineiro, Edmilson esticou-se primeiro, antes de se levantar, escancarou a boca, para bocejar e, em seguida, perguntou o que aquele homem queria. O coveiro, admirado com aquilo, ficou de boca aberta. Pensava que no momento em que tocasse em Edmilson este haveria de dar um pulo, assustado, e sair correndo. Mas não foi o que aconteceu. Permaneceu no mesmo lugar. Sentou-se na louça fria, que lhe serviu de cama, balançou as pernas, que não chegavam ao chão, e perguntou novamente:

– O que foi? – Zacarias, como se chamava o coveiro, foi quem se assustou diante daquela reação. Ficou estupefato. Se não tivesse passado quase a vida toda em um cemitério, teria abandonado a enxada, a jarra cheia de água que levava para aguar as plantas daquele túmulo, a tesoura grande para a poda e fugido. Mas, como era filho e neto de coveiros, não podia perder a pose. Era preciso enfrentar o inevitável e manter a serenidade. Foi o que Zacarias fez. Tirou a enxada do ombro, abaixou a jarra e atirou a tesoura a seus pés. Depois perguntou àquele fantasma que falava e agia como ser humano o que fazia ali, no cemitério, e este respondeu: estava visitando o lugar. Há algum tempo que queria conhecer o cemitério de Itapipoca e não conseguia. Finalmente a sua curiosidade foi saciada.

– E o que achou daqui? – Indagou Zacarias. E o outro respondeu:

– Uma maravilha! A noite de ontem foi, simplesmente, primorosa! – Havia chegado de São Luís do Curu, onde havia passado de dois a três dias no cemitério de lá, e agora estava ali, no Cemitério São João Batista de Itapipoca. Dali pensava em seguir para o de Acaraú e, depois, para o de Sobral. Zacarias queria saber por que fazia aquele percurso, e o outro esclareceu. Disse que conheceu um homem, no Rio de Janeiro, que tinha o hábito de viajar pelo mundo visitando bibliotecas. Por que ele não podia visitar os cemitérios da terra onde nasceu? Zacarias pegou da enxada e começou a capinar. Edmilson ficou por ali, conversando. Com o tempo, foi trabalhar na movelaria de Seu Alípio onde Emanuel o conheceu. Era um homem alto e sorridente que fazia de tudo para agradar os outros.

A forma como chegou na movelaria de Seu Alípio merece ser narrada. Procurava emprego, disse para Zacarias enquanto este tirava o mato rasteiro das imediações. Zacarias afirmou que, em Itapipoca, não haveria emprego para ele, mas o outro insistiu. Informou que era um bom vendedor e perguntou a Zacarias se não havia uma movelaria em Itapipoca. Zacarias disse que sim e como aquele homem já se sentia empregado, antes mesmo de ser contratado, Zacarias, que conhecia todo mundo em Itapipoca, levou aquela alma penada para a Imperatriz dos Móveis.

Recebido por Seu Alípio, este olhou para aquela alma de soslaio. Depois para o filho, nas imediações, e tomou uma decisão. Emanuel era o único ajudante que possuía, e, como era muito novo ainda, não dava para confiar nele. Aquele homem havia chegado de uma cidade grande, poderia muito bem se tornar imprescindível se, por acaso, se tornasse de confiança. E concordou com a oferta.

Edmilson entrou para a movelaria. Toda manhã muito cedo estava na loja, atendendo as pessoas. Seu Alípio nunca soube aonde ele dormia até o dia em que Zacarias, encontrando-se com ele, perguntou por que Edmilson continuava dormindo no cemitério, e seu Alípio não soube o que responder. Edmilson, a partir desse dia, passou a dormir na própria loja e, em pouco tempo, adquiriu a confiança do dono que o transformou em gerente, ainda que não lhe desse este nome.

Gerente da única movelaria de Itapipoca na década de 1960, Edmilson passou por situações muito difíceis. Conta ele que certa vez foi ludibriado por um homem de Deus que apareceu na loja e fez amizade com ele. Afirmou que era dono de um rebanho imenso e queria comprar alguns móveis para a sua igreja. Edmilson caiu no conto daquele vigário. Vendeu as mesas e cadeiras que o homem queria e recebeu, como pagamento, vários cheques pré-datados. Era a garantia de que haveria de receber o dinheiro. Mas não recebeu. O reverendo sumiu e, quando Edmilson foi à casa dele, onde a igreja também funcionava, pegar as mesas e cadeiras de volta, não havia mais ninguém. O homem tinha desaparecido e, com ele, os móveis que havia comprado.

Edmilson, que não quis romper com Seu Alípio, poderia, muito bem, ir embora e voltar a morar nos cemitérios das imediações. Mas não foi o que fez. Permaneceu na loja e pagou a despesa feita pelo outro com o próprio salário. Vai um dia aquele homem reaparece. Abandonou o ar de reverendo e adotou o de político. Mas, se foi como reverendo que enganou Edmilson, foi como político que reparou a sua falta. Pagou toda a dívida que havia feito de uma vez e pediu desculpas. Estava passando por uma situação muito difícil naquela época e a única alternativa era aquela: pedir emprestado às pessoas aquilo que elas possuíam. Mas agora estava ali para pagar tudo. E pagou. Edmilson, que havia tido um prejuízo imenso com aquele negócio, acabou lucrando e Seu Alípio não lhe criou nenhum constrangimento.

O comércio, em Itapipoca, sempre foi muito movimentado. Principalmente nos fins de semana. Sábado era dia de feira. As pessoas desciam as Serras de Uruburetama e iam para a sede do município comprar ou vender. Era nestes dias que a movelaria mais faturava. Postado na frente da loja, Edmilson recebia os fregueses. Levava para o interior, mostrava as novidades e fazia o que podia para lucrar um pouco mais do que nos outros dias.

Mas havia um móvel, pensou ele certa vez, que jamais venderia. Era um armário que tinha sido encomendado por uma senhora de Amontada. Ela mesmo fez o desenho do objeto hediondo na frente dele, Edmilson. Pegou uma trena e mediu o tamanho de tudo para, no final, ir embora. No dia em que voltou para pegar sua obra de arte, ficou apavorada. Não tinha mandado fazer aquilo não. Edmilson percebeu que, mais uma vez, teria prejuízo. Discutiu com a velha senhora: o desenho tinha sido dela, disse ele, e as medidas também.  A mulher ficou indignada. Mandaria fazer outro armário, mas aquele não levaria nunca para sua casa. Edmilson, diante disso, da possibilidade de se fazer um novo armário, cedeu, aumentou o preço do objeto consideravelmente e mandou a mulher falar com o carpinteiro. Ela foi. O móvel recusado, por sua vez, ficou encalhado. Edmilson achava que nunca haveria de vendê-lo. Era tão feio que não haveria ninguém, neste mundo, que viesse a se interessar por ele. Mas estava enganado. A movelaria de Seu Alípio ficava diante do prédio do Banco do Brasil e, de vez em quando um bancário daqueles passava pela loja e olhava as peças recém-fabricadas. De repente um deles, vendo aquele móvel oblongo e escuro, mais parecido com um esquife do que com um armário, ficou encantado. Tirou o charuto da boca, lançou algumas baforadas redondas pelo ar e contemplou aquele colosso de braços abertos. Edmilson olhou para ele; para o móvel depois e não sabia o que estava acontecendo quando o outro exclamou:

– Mas que maravilha! – Edmilson pensou que o outro estava brincando. Mas não estava. Falava sério. Disse que viu algo parecido em uma revista francesa e queria comprar aquele armário assim que a mulher chegasse de Baturité. Edmilson respirou fundo. Ainda teria que passar por aquele teste.

A mulher do bancário chegou e foi na loja. Queria ver o móvel que tinha deslumbrado tanto o marido. Edmilson mostrou. Era um móvel escuro, feio ou, em outras palavras, horripilante, mas, como chamou a atenção do marido de Dona Irma, como se denominava aquela senhora, Edmilson disse que era o último lançamento da loja baseado em um modelo francês. Dona Irma ficou calada.  Parou de sorrir e sentou em um tamborete. Edmilson imagina que teve vergonha de sentar em uma cadeira depois que viu aquele armário escolhido pelo pai de seus filhos.

– Tem certeza – disse ela para Edmilson – que é este mesmo o armário que o Estevão reservou para mim?

– É este mesmo, dona Irma – respondeu Edmilson sem saber mais o que dizer. – Dona Irma fez careta e acrescentou depois de franzir o cenho e coçar a cabeça.

– Mande deixar, seu Edmilson. – O gerente da Imperatriz dos Móveis não acreditou em seus ouvidos mas, quando a mulher do bancário repetiu, ele compreendeu tudo: era para deixar aquele móvel, vindo de um outro mundo, na casa dela. Edmilson não quis saber o motivo, imediatamente, mas, com o tempo, soube que a decisão da mulher tinha o objetivo de não contrariar o marido. Havia falado tão bem daquela peça fúnebre que achava melhor levá-la a deixá-la na movelaria.

Edmilson foi embora. Depois se soube que nunca havia trabalhado com móveis no Rio de Janeiro. Tinha sido bancário e se abandonou a Cidade Maravilhosa foi por causa de uma brincadeira. Trabalhava no London Bank, que ficava na Rua da Alfândega, centro do Rio de Janeiro. Toda manhã, às doze horas em ponto, Mister Douglas, o representante dos banqueiros ingleses no Brasil, chegava na agência com seu Rolls-Royce negro. O motorista abria a porta do carro e Mister Douglas dava alguns passos em direção à porta do edifício. Entrava no banco e se dirigia para o elevador que haveria de levá-lo para o seu escritório no quinto andar. Edmilson não gostava daquela pontualidade britânica nem daquela maneira austera de Mister Douglas se comportar. Quando andava, era todo empertigado e se, por acaso, se voltava para os lados ou para trás, movia todo o corpo. Nunca movia só o pescoço. Nem quando estava sentado.

Edmilson não gostava disso e prometeu, a si mesmo que, um dia, haveria de acabar com a pose daquele homem. E acabou. Eram aproximadamente quinze para as doze da manhã de uma quarta-feira quente de verão quando Edmilson amarrou um fio de seda em uma cédula de dois cruzeiros, equivalente a mais de cem reais hoje em dia, e ficou esperando. Mister Douglas, assim que chegou em seu carro preto às doze horas em ponto e se dirigiu para o elevador depois de passar pelo portão de entrada do prédio, viu aquela cédula e correu para ela. Parou diante daqueles dois cruzeiros, olhou para a direita e para a esquerda sem ver ninguém, e se abaixou. A cédula andou. Mister Douglas ficou pálido. Pôs-se de pé, imediatamente, recompôs o terno, que havia ficado um pouco amarrotado, e se deparou com um homem alto e sorridente à sua frente. Era o cearense Edmilson que puxava a cédula com um fio de seda da cor do assoalho. Foi seu último emprego no Rio de Janeiro. No Ceará, para onde voltou, prometeu que nunca mais trabalharia para mais ninguém. Preferia morrer de fome a vender a sua força de trabalho para outra pessoa. Mas acabou trabalhando para Seu Alípio, em Itapipoca, e quando foi embora deixou um envelope lacrado em cima de uma mesa no interior do qual contava toda esta história.

Escritor cearense relata os desafios e as delicadezas da profissão

Coincidentemente 1º de Maio não marca apenas o Dia do Trabalho. A data também homenageia o nascimento do romancista José de Alencar e, ainda, celebra o Dia da Literatura Brasileira. Uma das maiores referências da literatura nacional, Alencar atuava como jornalista, dramaturgo, político e advogado. Como escritor, deixou um legado até hoje cultuado. Aproveitando as duas datas, a Agência da Boa Notícia (ABN) entrevistou com exclusividade o jornalista e escritor cearense Natalício Barroso para discutir os caminhos, as dores, os amores, os desafios e as delicadezas dessa profissão. Confira o nosso bate-papo abaixo.

(Agência da Boa Notícia) Há quanto tempo é escritor e quantos livros já escreveu (entre publicados e não publicados)?

(Natalício Barroso) Escrevo desde os nove anos de idade. Como na época em que fazia o primário não havia aula de redação nem de Literatura (a ditadura militar não deixava), me surpreendi no dia em que uma de minhas professoras colocou o desenho de uma cabeça de cavalo na parede e pediu aos alunos para escrever sobre ela. Tomei um susto. Escrever? Descrever a forma, a cor e até o cheiro, quem sabe, daquele cavalo? Isso me deixou realmente emocionado.

A primeira redação que fiz por conta própria, porém, foi um pouco mais tarde. Os Estados Unidos haviam pisado na Lua pela primeira vez em 1969. Vi tudo pela televisão. Terminada a viagem dos astronautas, escrevi um texto sobre eles. Foi o primeiro texto.

Publiquei muitos livros. Alguns deles razoáveis. Outros, nem tanto. Os livros que mais considero, porém, são “A Vida Amorosa de Marco Polo”, que saiu pela UFC; o “Leão de Ouro”, publicado pelo Instituto Episteme; “O Livro dos Clássicos”, editado pela Fundação Demócrito Rocha e “A Tralha Grega…” que saiu pela Smile. Em breve, o Armazém da Cultura estará publicando “A Casa de Circe” e “Viagem Sem Fim”. Inédito disponho dos seguintes: “Prestação de Contas”, “A Profecia de Altazor” e um terceiro que ainda não tem título.

(ABN) Qual o seu estilo de escrita? Sobre que versam seus livros?

(N.B) Nilto Maciel, crítico literário e um dos editores da revista O Saco, aqui do Ceará, escreveu, certa vez, que não tenho estilo ou, se tenho, é o de rua. Escrevo, mais ou menos, como falo. Diferente de Shakespeare (longe de mim me comparar com o bardo inglês) que, para Tolstoi, o romancista russo, é muito solene. Os meus textos são corriqueiros.

Os assuntos são variados. Quando morei em Manaus, escrevi um pouco sobre a floresta amazônica. No Rio de Janeiro, falei da Baía de Guanabara, o bairro de Santa Teresa e o centro daquela cidade. Em Fortaleza, escrevo sobre a capital cearense. Os últimos trabalhos me têm surpreendido. Trato de bichos – gatos e pombos, principalmente. “A Casa de Circe” é um destes livros.

(ABN) O Brasil é reconhecidamente um país com pouco hábito de leitura. Ainda contra nós tem a fragilidade na educação brasileira. Como ser escritor nesse contexto?

(N.B) Quando D. João VI veio para o Brasil em 1808, o país tinha menos leitores ainda. Aliás, a literatura brasileira se restringia aos portugueses que aqui moravam (Tomás Antônio Gonzaga, por exemplo, e o Pe. Antônio Vieira) e alguns brasileiros felizardos como Cláudio Manuel da Costa. Mesmo assim as pessoas escreviam. Escrever, na verdade, independe do leitor. Flávio Josefos, quando redigiu a História dos Hebreus setenta anos após a morte de Cristo contado como foi a destruição do templo de Jerusalém por Tito Vespasiano, talvez não soubesse que fosse lido. Mesmo assim compôs este monumento de quase duas mil páginas em edição de hoje. É conhecida a história do Marquês de Sade, preso na Bastilha, em Paris, que, como não possuía tinta nem papel para escrever, cortou os pulsos e, assim, compunha poemas e frases soltas nas paredes da prisão e dos seguidores de Maomé, movidos sabe-se lá por que, que copiavam as palavras do profeta no lombo de seus próprios animais para, dessa maneira, não perder nenhuma frase daquele que consideravam santo. Tudo, na verdade, é inexplicável nesse universo de pontos e vírgulas.

(ABN) Além do pouco incentivo à leitura e educação, o mercado editorial é bem fechado. Além da competitividade com outros escritores nacionais, ainda tem a forte presença da literatura internacional. Em sua análise, como o escritor brasileiro sobrevive à essa realidade?

(N.B) Não sobrevive. O editor Francisco Alves tinha um método infalível. Publicava pelo menos um livro de determinado autor brasileiro. Se vendesse, publicava outro e assim por diante. José Olímpio adotava método diferente. Editava autores estrangeiros para, com o lucro, investir em autores brasileiros. Foi assim, por sinal, que surgiu o Romance de 30 com José Américo, Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos e José Lins do Rego.

A coisa é tão difícil, no entanto, que Érico Veríssimo conta em “Um Certo Henrique Bertaso” que quando trabalhava na Editora Globo, no Rio Grande do Sul, viu um dos donos da editora admoestar um dos escritores porque, quando mandava cinco exemplares dele em consignação para uma determinada livraria, voltavam seis e não somente os cinco que havia mandado. Queria saber, portanto, que mágica era aquela.

Luis Schwarz, segundo ouvi falar, dono da Companhia das Letras, publica apenas dois autores novos por ano. O restante são autores que já vendem normalmente. Mas, quando se pensa que Garbriel García Márquez foi recusado várias vezes pelas editoras e, numa destas vezes, recebeu a recomendação, por parte do editor, para mudar de profissão, dá para sentir, mais ou menos, o drama.

(ABN) Mesmo diante dessas dificuldades, é inegável a qualidade da literatura brasileira. Quais são as recompensas em escolher essa profissão (ou missão)?

(N.B) Não há recompensas. Pelo menos na maioria dos casos. Geralmente, quando isso acontece, é exceção, e não a regra.

(ABN) Atualmente, no universo cearense, quem são os escritores que se destacam. Por quê?

(N.B) Lira Neto e Adriano Espínola. Lira Neto porque, assim como Adriano, tem editora. Lira publica pela Companhia das Letras e o Adriano pela Topbooks.

(ABN) O Ceará produziu grandes escritores, que deixaram sua marca na literatura brasileira. Desses, quais são os seus favoritos?

(N.B) Aníbal Bonavides, Antônio Sales, Adolfo Caminha e alguns outros. Aníbal é autor de um livro que trata da prisão que sofreu, na década de 1960, no 23 BC. Com ele estavam Tarcísio Leitão, Barros Pinho e Blanchard Girão. Tratando do assunto com a gravidade que merece, mas sem deixar de relatar alguns momentos de humor, este livro de Bonavides merece ser reeditado hoje em dia. Afinal, não perde em nada para “O que é isso, Companheiro?” do Gabeira ou “Batismo de Sangue” de Frei Beto. Antônio Sales não só porque escreveu “Aves de Arribação” que, diferente do “O Quinze”, de Rachel de Queiroz, se passa em um sertão florido, mas porque também redigiu “Retratos e Lembranças” no qual conta como foi a sua vida por volta de 1897, no Rio de Janeiro, quando foi fundada a Academia Brasileira de Letras. Adolfo Caminha por ter sido o autor de “A Normalista” e “No País dos Ianques”, considerado o primeiro livro de viagens redigido por um escritor brasileiro.

(ABN) Ainda dentro da realidade cearense, quais são as políticas de incentivo à literatura? Quais são os caminhos para o jovem que deseja trilhar esse percurso?

(N.B) Na verdade, não há caminho. Disse Heidegger, certa vez, que para quem quer vencer na vida tem, de fato, um caminho: a escola. E fez uma ótima comparação. A escola, para ele, são como pedrinhas colocadas em uma floresta que levam a um lugar: a universidade que, por sua vez, encaminha o aluno para exercer determinada profissão. Assim, quem se forma em jornalismo, tem uma redação de jornal para trabalhar; em direito, tem um escritório; medicina, um consultório e assim por diante. Como a profissão de escritor não existe (ainda que tenham montado uma ou duas faculdades em São Paulo nesse sentido) também não há “pedrinhas” nesta floresta para pisar. Nesse caso, quem quiser desbravar este mundo terá que empunhar a foice e abrir seu próprio caminho. Poucos, naturalmente, são aqueles que chegam do outro lado. Muitas vezes os livros chegam lá sozinhos, sem os autores.

(ABN) Para você, mesmo com os desdobramentos ou a falta deles (incentivo, patrocínio, políticas públicas), vale a pena ser escritor no Brasil, principalmente, no Ceará?

(N.B) Vale.

(ABN) Em sua análise, o que pode mudar o contexto brasileiro no tocante ao pouco hábito de leitura e carência de políticas de incentivo?

(N.B) A leitura, na verdade, é um problema social e não apenas cultural. Disse Michel de Montaigne em seus Ensaios que são do século XVI que tinha pena das pessoas que sabiam ler e, mesmo assim, não tiravam uma parte de seu tempo para isso. E por que escreveu isso? Montaigne sabia o quanto a leitura é importante para as pessoas em todos os sentidos. Artur da Távola, que morreu em 2008, tinha um programa de música clássica na televisão no qual sempre acabava com a seguinte frase: “Quem tem vida interior não sofre de solidão”. Aí está uma das funções da literatura. Ocupar a mente das pessoas. Quando isso for detectado pelos indivíduos e não pelo povo, esta entidade abstrata arduamente perseguida pela mídia e o poder, talvez alguma coisa mude.

(ABN) Como você avalia o novo mercado de livros digitais?

(N.B) Afinal, o que é o livro? Quando surgiu, na Mesopotâmia, não passava de um tijolinho de barro. No Egito, era de papiro e, na Idade Média, pergaminho. É natural que, hoje, passe por uma nova transformação depois de ter sido de papel por longo tempo. Pe. José de Anchieta, recém-canonizado em Roma, escrevia seus poemas, dedicados a Nossa Senhora, na areia da praia. Vinha o mar e desfazia tudo aquilo que ele escrevia. José de Anchieta não ficava nem um pouco preocupado com isso. Ele sabia que, o mais importante, era escrever mais, talvez, do que viver.

(ABN) Para finalizar, qual é o principal entrave, atualmente, na Literatura brasileira?

(N.B) Baixa estima.

LIVROS DE NATALÍCIO BARROSO À VENDA NA INTERNET

Capa

Essa novela de Natalício Barroso intercala ficção e realidade, mas o leitor não estabelece um divisor entre esses dois aspectos da narrativa. Ele tem um poder impressionante de transitar entre a história e a fantasia, que a impressão que deixa no leitor é de que tudo ali é verdade. É, portanto, um bom livro, porque prende a atenção do leitor, numa história com ingredientes de romance e ainda traz uma feição didática. Daí ser importante sua leitura pelo estudantes do nosso Ensino Médio, que conhecem muito do mundo lá de fora e desconhecem a sua própria história, a História do Ceará.
A obra traz a Fortaleza dos anos de 1859 a 1861 em uma novela que reúne as curiosidades da vinda ao Ceará de expedição da comissão cientifica de exploração indicada pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Dela participavam nomes como Freire Alemão, Giácomo Raja Gabaglia e o poeta Gonçalves Dias.
Além disso, o livro conta também a aventura da construção de um navio em pleno Centro de Fortaleza, na rua Senador Pompeu, que foi transportado por escravos até o Mar, entre outras extravagâncias daquele período.

Título: As Pirâmides do Egito e o Palpite do Ceará
Autor: Natalício Barroso
Editora: Instituto Episteme de Saúde, Educação e Cultura
Edição: 2ª
Ano: 2019
Idioma: Português
Especificações: Brochura | 144 páginas
ISBN: 978-85-420-1476-1
Tamanho: 22×15, 5×1 cm

Nero manda buscar a primeira vestal do Império, Rúbria, para o acompanhar à festa das virgens. Tigelino, o seu ministro mais dileto, encomendou duas balsas: uma delas para o imperador e outra para os remadores que haveriam de levar a primeira balsa para uma praia onde as mulheres e as filhas dos nobres se encontram à espera de Nero e seus convidados como caças humanas que seriam perseguidas nuas em baixo de cruzes ocupadas por cristãos recém-crucificados. Baseado em Quo vadis?  de Henryk Sienkewics, Natalício Barroso, poeta, romancista e jornalista pinta esta e outras passagens do romance polonês do século XIX em sua última peça de teatro.

Título: A Festa das Virgens
Autor: Natalício Barroso
Editora: Expressão Gráfica e Editora
Edição: 1ª
Ano: 2019
Idioma: Português
Especificações: Brochura | 88 páginas
ISBN: 978-85-420-1420-4
Tamanho: 22×10 – 5×0 cm.

Romance juvenil que mistura suspense e mistério, em diálogo com personagens da mitologia grega. Uma casa ocupada por gatos é o palco de ação da história, protagonizada por um casal sem filhos que se muda para o imóvel. Acontecimentos pra lá de intrigantes perturbam a rotina dos dois, forçando-os a atuar como detetives nessa curiosa trama.

  • Editora: Armazém da Cultura – 1ª Edição – 2017
  • Idioma: Português
  • ISBN-10: 8584920390
  • ISBN-13: 978-8584920396
  • Tamanho: 20 x 13 x 1 cm

Marco Polo

Marco Polo viajou para a China quando tinha apenas dezessete anos. Passou 24 anos no Extremo Oriente. De volta ao Ocidente conta, na prisão, as suas aventuras. Baseado nessa história de amor, coragem e determinação, Natalício Barroso escreveu A vida amorosa de Marco Polo, seguida pela vida de Aníbal Barca e Martim Soares Moreno.

Coleção Literatura Hoje
Número de páginas: 184
ISBN: 85-7485-103-5
Editora da Universidade Federal do Ceará – UFC – 2006

Martim Soares Moreno (1586-1648), foi um militar português que defendeu os interesses da coroa lusitana no Brasil, tendo durante décadas combatido piratas franceses e invasores holandeses. É considerado o fundador do Ceará. Em 1630 deu-se a invasão holandesa de Pernambuco. Martim Soares, partiu do Ceará com uns poucos índios e soldados e chegou ao Arraial do Bom Jesus em 1631. Na fase inicial da luta, tomou parte no bloqueio das forças holandesas postadas em Recife e Olinda. Destacou-se sempre, como combatente e interprete junto aos índios. Nos anos seguintes, tomou parte na defesa da Paraíba e de Cunhaú (na capitania do Rio Grande do Norte). Esta obra está dividida em quatro capítulos “O mouro”; “A cruz de cedro”; “O guerreiro branco” e “O degolador”; inclui ainda cronologia e dados sobre o autor.

Filho de sua época, Martim Soares Moreno, era, a exemplo de outros conquistadores e aventureiros do seu tempo, como Hernán Cortez ou Francisco Pizarro, um homem de vontade inquebrantável. Não era singularmente cruel, apenas disposto a matar ou morrer para atingir seus objetivos. Idealizado por José de Alencar, no romance Iracema, o Capitão da Guerra, Martim Soares Moreno, permanece no limbo da História do Ceará, entre a lenda e a legenda.

  • Editora: Fundação Demócrito Rocha – 2007
  • Coleção Terra Bárbara
  • ISBN-10: 8575293575
  • ISBN-13: 978-8575293577

professora dulce

A Professora Dulce, no início, ensinava Literatura Brasileira. Com o tempo passou a ensinar Literatura Universal. Decidida a fazer com que seus alunos conhecessem a fundo os luminares da literatura grega, romana, medieval e renascentista, a professora adota um método inesperado. Faz com que seus alunos representem a Ilíada e a Odisseia e que exponham, nos corredores do colégio, quadros com cenas de Sófocles, Ésquilo e Eurípides. E não pára por aí. Preocupada porque Dante Alighieri, segundo ela, é muito difícil, John Milton muito extenso e Camões exige conhecimentos geográficos e históricos, a professora procura simplificar tudo isso com seus resumos e desenhos. Para aqueles que nunca leram Homero, portanto, Virgílio, Dante, John Milton e Camões, este é o momento de conhecer cada um destes autores tornando-se, tal como Pedrinho, Moésio e Letícia, alunos da professora Dulce.

  • Editora: Instituto Episteme de Saúde, Educação e Cultura – 1ª Edição – 2009
  • Número de páginas: 95 páginas
  • ISBN-10: 8562356018
  • ISBN-13: 978-8562356018

leão de ouro

Dom Antônio era natural da Catalunha, de onde tinha vindo para o Brasil numa época em que a especulação imobiliária não era tão avassaladora assim. Proprietário de um velho casarão localizado em Santa Teresa, Rio de Janeiro, Dom Antônio, como não queria se desfazer de seu imóvel, enxotava todas aquelas pessoas que se aproximavam dele. A proposta de um jovem que trabalhava como porteiro na rede de hotelaria do centro do Rio de Janeiro para arrendar o imóvel e o transformar num hotel, ao qual daria o nome de ‘Leão de Ouro’, posteriormente, agradou bastante a Dom Antônio. A tal ponto que, mesmo depois de morto, o velho catalão continuou a morar ali. Ele e uma série de outros hóspedes que, tal como Dom Antônio, também tinham morrido no Leão de Ouro. A população do Leão de Ouro, portanto, era constituída, em parte, por moradores deste mundo e, em parte, por moradores do outro mundo.

  • Editora: Instituto Episteme de Saúde, Educação e Cultura – 1ª Edição – 2009
  • Número de páginas: 64 páginas
  • Vendido por: Amazon Servicos de Varejo do Brasil Ltda.

Livro Natal 2

 As tralhas gregas a que se refere o autor inscrevem-se entre as maiores obras da Literatura helenista: a Ilíada e a Odisseia, de Homero, e Eneida, de Virgílio. Quanto às outras tralhas, trata-se da Divina Comédia, de Dante Alighiere, e do que o autor denomina “Outras Comédias Divinas”: o Paraíso Perdido, de John Milton, o Fausto, de Johann Wolfgang Goethe, e Os Lusíadas, de Luís de Camões.
Ao longo das 159 páginas que compõem esta publicação, ao leitor é dada a oportunidade de conhecer sucintamente o enredo de cada uma dessas obras. Detentor de uma prosa fluente e agradável, aliada a uma excelente capacidade de concisão, o autor, Natalício Barroso, proporciona ao leitor de A Tralha Grega e Outras Tralhas a oportunidade de acesso a 7 das maiores obras da Literatura Universal. Em que pese o caráter sintético da narrativa, nem por isso pode-se dizer que tenha qualquer das obras sofrido perdas devido a eventuais omissões ou supressões. De fato, é invejável a capacidade de Natalício Barroso de ser sintético sem que, por isso, se descuide de detalhes importantes que, se omitidos, causariam danos ao entendimento do leitor ou infidelidade a qualquer dos autores.
Assim, Natalício Barroso, ao rememorar essas narrativas mitológicas, mostra aos seus leitores que aquilo que supostamente significa nada na verdade está carregado de tudo, ratificando o paradoxo que Fernando Pessoa um dia assim definiu: “O mito é o nada que é tudo.”.

Editora Smile – 1ª Edição – 2012

ISBN-13: 9788580024296
ISBN-10: 8580024293
Número de páginas: 159

MARINHEIRO

Editora: Espaço e Tempo – 1ª Edição – 1998
Número de páginas: 84
Acabamento: Brochura
Tamanho: 13 x 18 cm

Lucien

Editora: Espaço e Tempo – 1ª Edição – 1998

ISBN: 8585114991

Publicado em 1987. Número de páginas 39.

 

Mostra 8 de Maio DiCasa | 2020

8 de maio 1

Mostra 8 de Maio DiCasa | 2020

Amantes das artes visuais do Ceará se unem e reforçam o Fórum das Artes Visuais – FAV, uma iniciativa com a missão de avançar com a promoção dos encontros entre os diversos caminhos das artes, através de exposições em nosso Estado e ao longo do Brasil. Como ponto de partida dessa iniciativa, de suma importância, foi lançado no mês de maio de 2020 uma exposição de arte visual no formato virtual, com aproximadamente 60 participantes, tendo seus trabalhos desenvolvidos, ou não, em tempo de quarentena do COVID-19, que traz o nome de Mostra 8 de Maio DiCasa | 2020. A mostra em questão, terá início em 16 de maio e a cada dia, até 17 de junho, serão publicados dois artistas por vez, sempre às 18 horas.

Nesta sua nona edição, realizada pelo Fórum de Artes Visuais do Ceará, apresenta ao público um recorte da produção atual das artes visuais do Ceará com uma diversidade de artistas e linguagens expressando, sobretudo sua pluralidade e inventividade, proporcionando também um encontro de gerações. Nestes tempos que passamos, a Mostra 8 de maio DiCasa | 2020 apresenta-se em formato virtual nas plataformas e redes sociais, trazendo a arte cearense para as infovias.

O dia do artista plástico comemora-se em 8 de maio em homenagem ao pintor José Ferraz de Almeida Júnior, (1850 – 1899) e o Fórum das Artes Visuais do Ceará celebra o mês com postagens das obras e um pequeno release sobre os artistas, que serão veiculadas diariamente nas redes sociais (Facebook e Instagran) promovendo a nossa produção, reconhecendo a necessidade de darmos sempre mais visibilidade a nossa produção visual, fazendo valer a força da arte cearense, que já legou ao Mundo nomes como Vicente Leite, Sinhá D’Amora, Raimundo Cela, Mestre Noza, Antonio Bandeira, Aldemir Martins, Chico da Silva, Estrigas, Nice Firmeza, Barrica, Eloisa Juaçaba, Leonilson, Chico Albuquerque, Sérvulo Esmeraldo, Descartes Gadelha, Zé Tarcísio entre tantos outros que vem firmando e construindo suas trajetórias dando suas contribuições ao cenário da arte cearense.

O conceito primordial da Mostra 8 de maio DiCasa | 2020 é a celebração da nossa classe, e o Fórum das Artes Visuais entra no contexto como espaço agregador dos artistas e da construção de uma política justa e ampla para as artes visuais no nosso Estado. Este encontro é uma iniciativa de artistas tais como: Júlio Silveira, Gerson Ipirajá, Totonho Laprovitera, Janio Ferreira, Francisco Ivo e Zakira. Para tanto, apresentamos juntamente com essas informações, um pouco do que veremos em nossa exposição virtual através de suas obras. Parabéns a todos os Artistas plásticos e visuais, pois somos resistência trabalhando pelo patrimônio das artes visuais do Ceará.

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WhatsApp do Zakira (85) 98715.6227

A HISTÓRIA DO SORVETE NO CEARÁ – DA ROTISSERIE SPORTAMAN À SORVETERIA JUAREZ

GELATTI(Fábrica de sorvetes Gelatti, situada na Avenida Barão de Studart, 3200, bairro Aldeota, Fortaleza, Ceará, Brasil e em inaugurada em janeiro de 1971 pela Frios Nordeste S.A. – Frinosa, do Grupo Sérgio Philomeno Gomes)

 

sorveteria-juarez-da(Matriz da Sorveteria Juarez, situada na Avenida Barão de Studart, 2023, bairro Aldeota, Fortaleza, Ceará, Brasil e inaugurada em 1972 por João Juarez de Albuquerque)

 

50 SABORES(Sorveteria 50 Sabores, situada na Avenida 13 de Maio, 805, bairro de Fátima, Fortaleza, Ceará, Brasil. Surgiu a partir da antiga Sorveteria Tropical, então fundada em 1975 pelo casal Raimundo Vasconcelos e Neusa de Vasconcelos)

 

A HISTÓRIA DO SORVETE NO CEARÁ: DA ROTISSERIE SPORTAMAN À SORVETERIA JUAREZ

O sorvete surgiu na China, há cerca de 4 mil anos! Os chineses congelavam na neve uma sobremesa feita à base de leite e arroz. Mas só os ricos poderiam comê-la, pois o leite era um produto muito caro na época! Em 1271, quando os chineses faziam sorvete adicionando neve ao leite, o explorador Marco Polo em viagem à China se encantou com o gelado e o levou para a Itália.
No século 16, o cozinheiro Bernardo Buontalenti recriou o sorvete, deixando-o mais macio e mais parecido com o que comemos hoje. A primeira sorveteria surgiu em 1670, criada por Francisco Procópio, em Paris (França). Seis anos depois, já eram mais de 250 fabricantes de sorvete Mundo afora.
Muitos sabores surgiram pelo Mundo conforme a receita foi se popularizando. Os mais populares eram aqueles ligados às frutas, como morango e banana, mas muitos outros apareceram para atender a todos os públicos. O Japão saiu na frente quando o assunto se referia a sabores estranhos de sorvete. Lá você pode encontrar sorvetes sabor tinta de lula, gergelim e até sabor molho de soja!

Os Estados Unidos também têm sabores inusitados de sorvete, com restaurantes que oferecem a sobremesa sabor pizza, lagosta e até frango frito com waffles!

No Brasil, os cariocas foram os primeiros a experimentar a delícia gelada que vinha ganhando o Mundo. Em 1834, o navio americano Madagascar, vindo de Boston, aportou na cidade do Rio de Janeiro com cerca de 200 toneladas de gelo em blocos. O objetivo: fazer sorvete, claro! Os blocos de gelo foram armazenados com serragem em depósitos subterrâneos e conservados por aproximadamente cinco meses.

Como naquela época não havia como conservar o sorvete depois de pronto, as sorveterias anunciavam a hora certa de tomá-lo, causando alvoroço na cidade. Até as mulheres, que então eram proibidas de entrar em bares, cafés e confeitarias, resolveram quebrar o protocolo e fizeram fila para experimentar a novidade.

 O sorvete começou a ser distribuído em escala industrial no país em 1941, quando nos galpões alugadas da falida fábrica de sorvetes Gato Preto, no Rio de Janeiro, instalou-se a U.S. Harkson do Brasil, a primeira indústria brasileira de sorvete. Seu primeiro lançamento, em 1942, foi o Eski-bon, seguido pelo Chicabon. Dezoito anos depois, a Harkson mudou o seu nome para Kibon.

Já no Ceará, as primeiras sorveterias surgiram nos anos 1920 e tiveram como desbravador do ramo o comerciante Efrem Gondim, que em 29 de julho de 1922, às 19 horas, inaugurou no andar térreo do Palacete Ceará, na Rua Floriano Peixoto, número 565, a Rotisserie Sportaman, restaurante, sorveteria, café e casa de chá, com orquestra regida pelo maestro e compositor Antônio Moreira, o Moreirinha. Local que depois pertenceu à firma Jereissati & Companhia. Hoje sendo ocupado pela Caixa Econômica Federal que adquiriu o prédio.

Atualmente, uma das mais famosas sorveterias de Fortaleza é a Juarez, de propriedade do carismático João Juarez de Albuquerque, hoje falecido. A história deste ilustre sorveteiro se confunde e dá vida a pontos também históricos de Fortaleza e o creditam a ser mais uma referência da cidade, uma lenda viva.

Cearense de Santana do Acaraú foi muito cedo para Parnaíba, no Piauí. Lá, trabalhando na padaria de um cunhado, ele criou a fórmula do sorvete por necessidade. Ficou pelo Piauí até o início da década de 1970, quando em 1972 voltou para a capital do Ceará e montou sua primeira sorveteria em Fortaleza na Avenida Barão de Studart, número 2023. Nascia ali a Sorveteria Juarez.

JUAREZ(Seu Juarez na matriz de sua sorveteria, na avenida Barão de Studart, 2023, bairro Aldeota – Fortaleza – Ceará)

De lá saiu o sustento dele e da esposa, dos 13 filhos, e, mais tarde, 15 netos e sete bisnetos. Com a entrada dos filhos, genros e noras no negócio da família, outras lojas foram abertas nas Avenidas Washington Soares, Engenheiro Santana Júnior e Santos Dumont. Entretanto, o primeiro estabelecimento criado foi o único que ele visitou todos os dias, onde fazia questão de administrar tudo de perto e preferia conduzir o comércio à moda antiga; sem tabelas, sem cadernos de contas, sem controle informatizado dos gastos e lucros; apenas com as contas “de cabeça”.

Seu João Juarez Albuquerque faleceu no início de 2018, aos 90 anos de idade e completou sua missão terrena, deixando como herança inúmeros sabores, bem como o exemplo do trabalho, de acordar cedinho, comprar as frutas frescas e selecionadas, o cuidado e o respeito pelo bem-estar de seus clientes por não adicionar em seus produtos aditivos com emulsificantes, corantes e conservantes. Ou seja, sorvetes naturais mesmo.

Seu Juarez não era uma pessoa sisuda, mas, sim, muito bem humorada. Gostava de fazer graça, atendendo os clientes sempre com uma brincadeira sadia a respeito dos inúmeros sabores de seus sorvetes.

Juarez, um veterano na arte do sorvete

(Entrevista concedida ao Jornal Diário do Nordeste em 09 de Fevereiro de 2007. Todos os Direitos Reservados)

Quem não conhece o sorvete do Juarez? Este nome virou sinônimo de bom sorvete. O cearense João Juarez de Albuquerque, o “Seu” Juarez, já adoçou a boca de muitas gerações, desde que montou a primeira sorveteria, há 51 anos. Hoje, aos 80 anos, completados no domingo passado, ele continua em plena atividade, fazendo um dos mais tradicionais sorvetes do Ceará. “O meu ritmo de trabalho é o mesmo, se mudar não dá certo. Minha receita também não muda nada. Ave maria! Não pode, tem que ficar do mesmo jeito, que é como as pessoas gostam”, explica.

Para manter a tradição, seu Juarez segue uma rotina diária que inclui acordar às 4 horas da manhã para chegar cedo ao mercado São Sebastião, no Centro, e escolher as melhores frutas. Duas horas depois, as frutas fresquinhas já estão sendo transformadas em sorvete. Mesmo com todo este cuidado, ele diz que as frutas estão perdendo qualidade. “Elas não são mais tão gostosas como antigamente, por isso é preciso escolher bem”, avalia o sorveteiro.

Os sabores de frutas são os mais pedidos nas sorveterias Juarez. “O que vende mais é o de tangerina, seguido de sapoti, cajá e graviola. Depois vem os sorvetes de tapioca e castanha de caju”, enumera. A castanha usada nos sorvetes do seu Juarez também tem características próprias. “Ela é assada em casa, o sabor é diferente, deixa o sorvete bem mais gostoso. É um sabor especial, pode perguntar aos meus clientes”, desafia.

A quantidade de sabores disponíveis nas três sorveterias Juarez – são duas em Fortaleza, uma em Sobral, além de dois postos de venda – depende da safra, do que tem disponível. “Eu prefiro fazer sorvete da própria fruta e só uso polpa de fruta que não tem aqui, como o cupuaçu, o açaí e o bacuri”. Ele também revela outros segredos de um bom sorvete: “Eu não utilizo produto químico, conservante, liga neutra, gordura, amaciante, espessante, nada disso. Quem duvidar pode fazer análise e vai ver que estou falando a verdade”.

Seu Juarez não quer mexer em time que está ganhando e, por esta razão, fez poucas mudanças nas suas receitas. Entre as novidades admitidas estão os sorvetes sem lactose. “Tem uns três sabores assim, para quem não tem tolerância a lactose”, explica. Ele reconhece que a maior propaganda do seu produto é feita no boca a boca. “Todos que chegam ao Ceará logo conhecem o sorvete do Juarez. E pode perguntar as pessoas: meu sorvete é diferente dos outros.”

Délio Rocha – Repórter. 

 

CRONOLOGIA DAS PRINCIPAIS SORVETERIAS DE FORTALEZA

(Arquivo Nirez – Todos os Direitos Reservados)

Nótulas do livro “Cronologia Ilustrada de Fortaleza” de autoria de Nirez:

1922 – julho – 29 – Inaugura-se, às 19h, no andar térreo do Palacete Ceará, na Rua Floriano Peixoto nº 565, o Rotisserie Sportaman, de propriedade do comerciante Efrem Gondim, restaurante, sorveteria, café e casa de chá, com orquestra regida pelo maestro e compositor Antônio Moreira, o Moreirinha. Depois pertenceu à firma Jereissati & Companhia. Hoje o local é ocupado pela Caixa Econômica Federal que adquiriu o prédio.

1924 – janeiro – 30 – Inaugura-se, às 18h, a Fábrica de Gelo Cristal, da firma J.Sidou & Companhia Ltda., proprietária do Restaurante Moderno na Rua Major Facundo nº 230 (atual 604), na Praça do Ferreira, vizinho ao Cine Moderno. Ficou depois conhecida como Sorveteria Cristal ou Confeitaria Cristal.

1933 – janeiro – 20 – Na Praça do Ferreira um incêndio destrói o Café Art-Nouveau e o Restaurante Chic, danificando a Casa Mário CamposA Gávea, a Casa Parente, a Sorveteria Nice e o restaurante A Gruta, na esquina da Rua Guilherme Rocha com Rua Major Facundo nº 486.

1934 – julho – 17 – Reinaugurada a Sorveteria Nice, da firma Empresa de Doces Gelados Ltda., nos baixos do Edifício Granito, na Rua Guilherme Rocha, de propriedade de Pedro Eugênio de Sousa (Pedroca) e Semíramis de Oliveira Rola.

1938 – fevereiro – 12 – Inaugurada, na Praça do Ferreira, na esquina da Rua Floriano Peixoto com Rua Pedro Borges a Sorveteria Lille.

1940 – maio – 15 – Inaugura-se, nos baixos do Palácio do Comércio, o Café Belas Artes, de propriedade de Osvaldo José Azin, café, bar e sorveteria.

1940 – outubro – Aberta, em Fortaleza, a Sorveteria Primavera, na Rua Guilherme Rocha nº 192, propriedade de Emílio Egg.

1942 – junho – 27 – Inaugura-se a Sorveteria Jangada, na esquina da Rua Governador Sampaio com Rua dos Pocinhos, de Luís Gonzaga da Frota Passos (Luís Frota Passos), o mesmo proprietário da casa “O Jangadeiro”. O novo estabelecimento comercial teve bênção do padre André Camurça.

1949 – dezembro – 16 – Inauguração da sorveteria das Lojas de Variedades na Rua Barão do Rio Branco. As Lojas de Variedades Ltda. tinham seu escritório central na Rua Major Facundo nº 484 no 1º andar, uma loja na Rua Barão do Rio Branco nº 1026, e outra na Rua Major Facundo 604 com fundos para a Barão do Rio Branco, onde instalou-se a sorveteria.

1950 – outubro – 16 – Inaugurado em Parangaba o Bar e Sorveteria O Afonso, de propriedade do comerciante Afonso Paula de Sousa.

1951 – agosto – 18 – Inaugurada a Sorveteria Cabana, de Raimundo Nonato Damasceno Filho, na esquina da Rua Guilherme Rocha com Rua Barão do Rio Branco, baixos do Edifício Vitória, local hoje ocupado pela loja Esmeralda.

1952 – abril – Inaugurada, nos baixos de velho sobrado na esquina da Rua Barão do Rio Branco com Rua Guilherme Rocha, a Sorveteria Pic-Nic. No local estiveram a Farmácia Albano, a Farmácia Teófilo, a Farmácia Meton e a Farmácia Fortaleza. Hoje está no local o Edifício Jalcy.

1959 – abril – 05 – Assassinado, na Sorveteria Toni’s, na Praia de Iracema, o jovem Vicente de Castro Neto, pelo bancário Joaquim Romero de Frias.

1968 – junho – 08 – Inaugura-se a Indústria de Sorvetes Milk-Moni Ltda., localizada em prédio na Rua Barão do Rio Branco nº 1595.

1971 – janeiro – 18 – Inaugurada, em prédio na Avenida Barão de Studart nº 3200, a Gelatti, fábrica de sorvetes pertencente a Frios Nordeste S. A.- Frinosa, do Grupo Sérgio Filomeno.

1975 – abril – 14 – A Churrascaria e Sorveteria Quente Frio, é depredada por elementos da Polícia Militar. Seu proprietário envolvera-se, 15 minutos antes, na morte de um soldado da PM.

2018 – janeiro – 25 – Falecimento, em Fortaleza, aos 90 anos, de João Juarez Albuquerque, conhecido apenas por Juarez, proprietário de uma das mais tradicionais sorveterias de Fortaleza. Teve complicações após uma cirurgia de vesícula. Iniciou a fabricação de sorvetes em Parnaíba, Piaui, vindo para Fortaleza em 1970. Seu corpo é velado na Funerária Ethernus, na Rua Padre Valdivino e o enterro no Cemitério Parque da Paz.

 

nirez(Nirez)

Miguel Ângelo de Azevedo, mais conhecido como Nirez (Fortaleza15 de maio de 1934), é um jornalistahistoriador e desenhista técnico aposentado, além de um dos mais respeitados pesquisadores da música popular do Brasil e dono de um dos mais completos arquivos sobre a cidade de FortalezaCeará.

 

Filho do poetaescritor e pintor Otacílio de Azevedo, Nirez foi batizado em homenagem ao artista renascentista Michelangelo. Casou-se a 20 junho de 1959 com Maria Zenita de Sena Rodrigues, que adotou o nome de Maria Zenita Rodrigues de Azevedo após o casamento. Tiveram 4 filhos: Terezinha de Azevedo (bibliotecária), Otacílio de Azevedo Neto (radialista), Nirez de Azevedo e Mário de Azevedo (colaborador do museu como os demais filhos).

Começou trabalhando como desenhista técnico no DNOCS, onde ficou até o ano de 1991, quando foi transferido para a para a Rádio Universitária FM da Universidade Federal do Ceará, mas desde 1956 colabora com jornais de Fortaleza, tais como: Tribuna do CearáCorreio do Ceará e O Povo. Seu filho, Nirez de Azevedo, seguiu os passos do pai como escritor, tendo inclusive escrito um livro sobre a história do futebol no Ceará. Ocupa a Cadeira de nº 26 da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo, e é Diretor do Museu da Imagem e do Som do Ceará.

É membro do Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico)

Arquivo Nirez

Nirez mantêm em sua casa, localizada à rua Professor João Bosco, 560 – bairro Rodolfo Teófilo, segundo o jornal Folha do Ceará, a maior discoteca particular do país. Boa parte de seu acervo foi conseguido quando a emissora de rádio Uirapuru, a “Emissora do Pássaro”, resolveu atualizar sua discoteca com LP’s e, graças ao radialista e ex-senador Cid Carvalho, os discos de 78 rotações foram doados ao Nirez. Possui também um grande registro de imagens históricas de Fortaleza e outros municípios do Estado, formada quando o estúdio fotográfico ABAFILM se desfez de seus arquivos de sua sede no centro de Fortaleza. O Arquivo Nirez, conhecido em todo Brasil, é composto por um rico acervo bibliográfico, arquivístico e museológico, como: livros, revistas, rótulos, fotos, slides, negativos, equipamentos antigos etc.

Possui como principal atração a coleção de gravações em 78 rotações (discos de cera) considerada uma das maiores do país em gravações brasileiras comerciais, com um montante de mais de 22 mil exemplares, contemplando todas as fases da produção musical nacional de 1902 a 1964. A coleção, por ser bastante volumosa, torna a pesquisa rica, porém demorada; por se encontrarem em bom estado de conservação, os discos permitem que se desenvolva um trabalho de digitalização, visando sua preservação definitiva e facilitando o acesso às informações (fonogramas), que apesar de parte das músicas ser pouco conhecida do grande público, são fundamentalmente importantes para a história da música brasileira. Nirez faz um programa semanal na rádio Universitária, que está no ar desde 1960.

Em 2002, seu arquivo foi contemplado no concurso da Petrobrás, recebendo apoio para reformá-lo e digitalizá-lo. O Projeto “Meio Século de MPB – Disco de Cera” consistiu na digitalização de todo o acervo de discos de cera (78 rpm) do Arquivo Nirez (22 mil exemplares) e a disponibilização dos dados na Internet. O projeto contou com as etapas de higienização, catalogação e digitalização dos discos (captura em meio digital dos fonogramas analógicos através de softwares de áudio específicos), sob a coordenação de profissionais com larga experiência na área. Ao final, deu-se a gravação definitiva dos arquivos musicais em padrões “cda” “wav” e “mp3” com cópia de segurança. O projeto que se realizou entre 2004 e 2005 contou ainda com a supervisão do Nirez, assessoria técnica da Cia. de Audio e o patrocínio da Petrobras através da Lei Rouanet do Ministério da Cultura.

 

livro nirez 2

 

Eu 2009(Túlio Monteiro)

Túlio Monteiro – Escritor, biógrafo, historiador e crítico literário. Graduado em Letras pela Universidade Federal do Ceará  UFC. Grau de Especialização em Literatura e Investigação Literária, também pela Universidade Federal do Ceará  –  UFC, com a monografia: Intertextualidade e Fluxo da Consciência na Obra de Graciliano Ramos Orientadora: Professora Doutora Vera Lúcia Albuquerque de Moraes.

Autor dos livros

Agosto em Plenilúnio Poesias 1995 –  Imprensa Universitária da Universidade Federal do Ceará.

Lopes Filho e a Padaria Espiritual  –  2000  –  Biografia  – Coleção Terra Bárbara  – Edições Demócrito Rocha  – Jornal O Povo.

Sinhá D’Amora, Primeira-Dama das Artes Plásticas do Brasil  –  Biografia  – 2002  – Coleção Terra Bárbara  –  Edições Demócrito Rocha  – Jornal O Povo.

Antologia de Contos Cearenses  – 2004 – Organizador  – Coleção Terra da Luz  – Imprensa Universitária da Universidade Federal do Ceará  – UFC, em parceria com a Fundação de Esportes, Cultura e Turismo de Fortaleza  –   FUNCET  – Prefeitura Municipal de Fortaleza  –   Ceará.

Dois dedos de prosa com Graciliano Ramos  –  Contos  –  2006  – Coleção Literatura Hoje  –  Imprensa Universitária da Universidade Federal do Ceará  – UFC.

Sonhos e Vitórias – A História de João Gonçalves Primo  – Biografia  – 2007  – Em parceria com o Poeta, Escritor, Historiador e Biógrafo Juarez Leitão  – Premius Editora.

Cajueiro Botador  – Infanto-Juvenil  –  2008  – Coleção Paic  – Secretaria de Educação do do Estado do Ceará   –   SEDUC   –   Governo do Estado do Ceará.

Participação na Coletânea 100 Sonetos de 100 Poetas  – com o soneto E há pó de Estrelas pelas estradas  –  Editada pelo Instituto Horácio Dídimo  –  2019.

Premiação

Vencedor do 2.º Prêmio Ideal Clube de Literatura – A Hora e a Vez dos Nossos Cronistas – Com a crônica “Dois dedos de prosa com Graciliano Ramos” – Fortaleza – Ceará – 1999.

Assessoria Técnica e Cotejamento do Texto Original

24º Cine Ceará – Prêmio de Melhor Produção Cearense para o curta-metragem “Joaquim Bralhador”, adaptação do conto homônimo do livro Joaquinho Gato, do escritor cearense Juarez Barroso – Dirigido pelo cineasta Márcio Câmara  –  2014.